Esta vez fui assistir à encenação no Morro da Capelinha ao lado do mendigo K. O Cristo deste ano é o mesmo dos anos anteriores, apesar de - segundo dizem - ter tido problemas graves com a justiça (coincidentemente, como o homenageado!?). A cada uma das estações que chegávamos, praguejando e patinando no barro, o mendigo K., anotava alguma coisa em sua minúscula agenda... De forma indiscreta pude ler alguns desses rabiscos, aparentemente sem sentido: chafariz de descaramento! Democracia roída pelo ratos e fustigada pelos chacais! Czar das consciências!
Com muito esforço e meio empurrados pela multidão íamos avançando morro acima, no meio de gritos, de estalos de chicotes, de odores os mais diversos... Numa das paradas o mendigo K., me perguntou, quase no ouvido: sabia que quase tudo do catolicismo foi plagiado de religiões e de seitas antigas? É mesmo? - Retruquei. Dê um exemplo. Um exemplo?, foi logo despachando: A abstinência de carne nestes dias, por exemplo, é plágio do Yon-kipur dos judeus. A água benta, já era empregada pelos hindus bem antes de Cristo. A água e o vinho era usada nos rituais de Osíris, o deus do sol. A expressão Aleluia é plágio da palavra hebraica. A hóstia já era usada nos antigos rituais pagãos a Mitra. A frase que está em São João, Amai-vos uns aos outros, atribuída a Cristo, já havia sido ensinada por Confúcio centenas de anos antes. Os andores são originários dos rituais da Índia. A ideia de anjos já era comum entre os israelitas. A ascensão, já fazia parte do folclore na aldeia de Phu-Dong muito tempo antes do catolicismo. Inclusive Thot (um deus egípcio), segundo a lenda, também ascendeu aos céus, muito antes de Cristo. A aureola ao redor da cabeça dos santos já se encontrava ao redor da cabeça de divindades mitológicas gregas. O batismo já era praticado na antiga Índia. A expressão bem-aventurados já estava lá nos escritos judaicos há séculos. A blasfêmia já era considerada um ato irreparável na antiga lei mosaica. O uso do cálice já era comum em muitos outros rituais de ação de graças. O cenobitismo já existia entre os budistas. O céu, vários céus sobrepostos, já era uma crença dos antigos hebreus. A ideia da Concepção virginal foi plagiada de crenças chinesas. A virgem Ching-Mu concebeu Fo-Hi lá pelo ano 3.300 a.C, depois de comer uma flor de lótus que encontrou sobre seu vestido, no lugar onde se banhava. A confissão, foi copiada do costume judeu de ir choramingar no muro das lamentações. A crisma, é um plágio do Bar Mitsvah, dos judeus primitivos. A própria crucificação é um plágio. Nas lendas das religiões pré-cristãs existe pelo menos 16 deuses que foram sacrificados na cruz para salvar os homens... A cruz já era usada desde a remota antiguidade, eram dois pedaços de pau cruzados em homenagem ao deus do fogo. Antes do crucifixo, os cristãos usavam o cordeiro dos adoradores de Mitra. A palavra diabo foi pirateada do grego, inclusive a figura de Pã em forma de bode, com chifres e rabo etc. O dízimo foi instituído malandramente ainda pelos judeus. O escapulário foi uma imitação dos antigos acumuladores psíquicos dos ocultistas. O Espírito Santo já fazia parte da doutrina de Zoroastro na Pérsia antiga e de outras crenças chinesas. A Eucaristia, era uma palavra aplicada a vários festins da China, do Egito e etc., etc., etc...
Ufa!! Parou de dissertar quando já estávamos praticamente no topo e nas últimas estações. Depois das quedas; dos chicotaços; depois de Verônica enxugar-lhe a fronte; de Cireneu ajudá-lo a carregar a cruz; daquela mãe que, vendo a desgraça do filho, não teve instinto materno suficiente para saltar sobre os soldados; depois de Cristo consolar um grupo de fofoqueiras de Jerusalém ... e quando quase já estava sendo crucificado, baixado da cruz e enterrado, com todas as pompas e lágrimas de um Superstar, o mendigo K., saturado de tanto sadomasoquismo, com expressão de cansaço e de desolação, convidou-me a descer o morro antes da turba e assegurou, mais para si mesmo do que para alguém, com veemência: prefiro as tragédias de Eurípedes. Agora, a respeito deste caso, minha opinião é de que todos os envolvidos foram passivos e cúmplices!, inclusive a mãe!
Com muito esforço e meio empurrados pela multidão íamos avançando morro acima, no meio de gritos, de estalos de chicotes, de odores os mais diversos... Numa das paradas o mendigo K., me perguntou, quase no ouvido: sabia que quase tudo do catolicismo foi plagiado de religiões e de seitas antigas? É mesmo? - Retruquei. Dê um exemplo. Um exemplo?, foi logo despachando: A abstinência de carne nestes dias, por exemplo, é plágio do Yon-kipur dos judeus. A água benta, já era empregada pelos hindus bem antes de Cristo. A água e o vinho era usada nos rituais de Osíris, o deus do sol. A expressão Aleluia é plágio da palavra hebraica. A hóstia já era usada nos antigos rituais pagãos a Mitra. A frase que está em São João, Amai-vos uns aos outros, atribuída a Cristo, já havia sido ensinada por Confúcio centenas de anos antes. Os andores são originários dos rituais da Índia. A ideia de anjos já era comum entre os israelitas. A ascensão, já fazia parte do folclore na aldeia de Phu-Dong muito tempo antes do catolicismo. Inclusive Thot (um deus egípcio), segundo a lenda, também ascendeu aos céus, muito antes de Cristo. A aureola ao redor da cabeça dos santos já se encontrava ao redor da cabeça de divindades mitológicas gregas. O batismo já era praticado na antiga Índia. A expressão bem-aventurados já estava lá nos escritos judaicos há séculos. A blasfêmia já era considerada um ato irreparável na antiga lei mosaica. O uso do cálice já era comum em muitos outros rituais de ação de graças. O cenobitismo já existia entre os budistas. O céu, vários céus sobrepostos, já era uma crença dos antigos hebreus. A ideia da Concepção virginal foi plagiada de crenças chinesas. A virgem Ching-Mu concebeu Fo-Hi lá pelo ano 3.300 a.C, depois de comer uma flor de lótus que encontrou sobre seu vestido, no lugar onde se banhava. A confissão, foi copiada do costume judeu de ir choramingar no muro das lamentações. A crisma, é um plágio do Bar Mitsvah, dos judeus primitivos. A própria crucificação é um plágio. Nas lendas das religiões pré-cristãs existe pelo menos 16 deuses que foram sacrificados na cruz para salvar os homens... A cruz já era usada desde a remota antiguidade, eram dois pedaços de pau cruzados em homenagem ao deus do fogo. Antes do crucifixo, os cristãos usavam o cordeiro dos adoradores de Mitra. A palavra diabo foi pirateada do grego, inclusive a figura de Pã em forma de bode, com chifres e rabo etc. O dízimo foi instituído malandramente ainda pelos judeus. O escapulário foi uma imitação dos antigos acumuladores psíquicos dos ocultistas. O Espírito Santo já fazia parte da doutrina de Zoroastro na Pérsia antiga e de outras crenças chinesas. A Eucaristia, era uma palavra aplicada a vários festins da China, do Egito e etc., etc., etc...
Ufa!! Parou de dissertar quando já estávamos praticamente no topo e nas últimas estações. Depois das quedas; dos chicotaços; depois de Verônica enxugar-lhe a fronte; de Cireneu ajudá-lo a carregar a cruz; daquela mãe que, vendo a desgraça do filho, não teve instinto materno suficiente para saltar sobre os soldados; depois de Cristo consolar um grupo de fofoqueiras de Jerusalém ... e quando quase já estava sendo crucificado, baixado da cruz e enterrado, com todas as pompas e lágrimas de um Superstar, o mendigo K., saturado de tanto sadomasoquismo, com expressão de cansaço e de desolação, convidou-me a descer o morro antes da turba e assegurou, mais para si mesmo do que para alguém, com veemência: prefiro as tragédias de Eurípedes. Agora, a respeito deste caso, minha opinião é de que todos os envolvidos foram passivos e cúmplices!, inclusive a mãe!
Poderíamos dizer, então, que o Cristianismo pegou todas as bobagens das outras religiões e sintetizou em uma só. Jesus, segundo a lenda, aceitou esse destino para demonstrar aos homens que justiça se faz com ética e não com violência, nas suas várias vertentes, seja física, seja psicológica. Poderia ter sido, facilmente, "vaselina" de Pilatos, mas preferiu a cruz, talvez a decisão não mais inteligente, mas certamente a mais corajosa. Deixou claro que deveria ser assim, inclusive para sua mãe.
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