
1. Manifestação no Rossio em defesa da Palestina e contra israel... O fato de Israel ter feito a Greta e outros membros da flotilha beijarem a bandeira daquele país, envenenou a meio mundo... e o anti- semitismo sai descaradamente das sombras... A polícia, como era de se esperar, apareceu e fez seu teatro...Mas tudo numa boa... Nada que se compare à nossa, aí dos trópicos...
E chegar à Lisboa vindo de Marraqueche é uma experiência, no mínimo, curiosa. Seriam berberes e árabes os portugueses e, por tabela, também os brasileiros?
Quem vai ao país de Tanger e de Casablanca pensando em encontrar o mesmo Marraquech dos fantásticos anos 80, pode esquecer, A cidade, de tantos, sensuais e misteriosos terraços, virou uma espécie de Taguatinga, e a Medina, com seus Souks, uma espécie de Feira do Paraguai... Claro, a famosa Jemaa el Fna ainda tem lá seus encantos, seus lampiões de acetileno, seus encantadores de serpentes, seus petit voleurs, seu Su realismo fantástico... seus signos e vestígios tribais... Suas veredas, o "vermelhidão" secular de suas paredes! E ao anoitecer, as cartas de baralho espalhadas na calçada ao lado de velhos manuscritos... E o que existe de mais transcendente do que a coreografia de uma cartomante berbere? Do que o mix de aromas que o vento traz das águas termais de Moulay Yacoub ou de Merzouga, das areias do deserto de Merzouga! E ninguém mais tem duvidas de que, parafraseando a Elsa Nage: le temps n'est pas le même en Inde, en France et à Marralech... Sem falar das quase misteriosas, transcendentes e românticas 'luzinhas' no alto de todos os minaretes que se erguem no meio dos souks, de hoteizinhos vagabundos e de seus arredores... Com seus djinns invisíveis e seus griots contando histórias intermináveis do mundo pré islâmico... E que se trate de verdades ou de mentiras, de história ou de estórias, do real ou de pura ficção... Isso já não importa? No auge do despirocamento global em que vivemos, já não há mais razão alguma para acreditar que haja alguma fronteira entre uma versão e outra. A praça é niilista e indiferente. Só quer que seus contorcionistas, acrobatas e animadores sigam dançando, que seus adestradores sigam exibindo seus macacos e suas cobras à luz dos lampiões e das flautas. E não é por acaso que seu nome: jemaa el-fna, espalhou-se pelo mundo. A propósito: duvido que exista no planeta um só fumador de hachiche que nunca tenha ouvido falar da jemaa el-fna!
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EM TEMPO: Apesar de seguir discriminando e escravizando a africanos, latino-americanos e asiáticos, é visível a submissão psy dos portugueses aos imperialistas. E não apenas aos da América, mas aos alemães, aos ingleses, a qualquer palhaço que peça uma tostada em inglês, inclusive aos japoneses e até aos italianos. Gente que, apesar do bacalhau e dos pasteizinhos de Belém, os segue considerando apenas bons pedreiros e excelentes femmes de chambre... E foram eles, os portugueses, que ensinaram o Brasil a falar no diminutivo, (essa fala de poetas submissos e de subalternos): peixinho; solzinho; carrinho; cafezinho; toalhinha; colherzinha; remédinho; cervejinha; jornalzinho; amorzinho; pastelzinho; livrinho; bonzinho; empregozinho; pãozinho; caralhozinho; xotinha; fodazinha, etc...
Numa determinada avenida, uma placa que diz: "quem é contra a Ucrânia é a favor de Lula! (?)
E, nos cafés, nas ruas, e nos trens, se fala cada dia mais compulsiva, neurótica, em voz alta e descontroladamente... As mulheres, em particular (nessa onda de clitorização tardia), tagarelam como se não tivesse havido ontem, como se não houvesse amanhã, e como se não trepassem desde o grande terremoto de 1870....














❤️
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