Os mitos e as lendas a respeito do Mediterrâneo não foram por acaso. Há ali uma beleza que é impossível ignorar. Ilha de Tarifa! Estreito de Gibraltar! De um lado o Oceano Atlântico e do outro ele. E quando o navio vai se movendo, qualquer um, até os cegos, pensam na frase clássica de Chateaubriand, que sempre me acompanha: "Aqueles que nunca navegaram não sabem o que é que se experimenta quando, do convés do navio, já não se ve mais do que a face austera do abismo"
E aqui, em Tanger, principalmente aqui de cima do Café Hafa, mesmo quem não sabe nadar, tem impulsos de jogar-se em suas águas e seguir... e partir...
E o vento,? Bem, como diz o titulo do livro de Elsa Nagel, é enlouquecedor...
Mas, o Marrocos, com seus tradicionais "perigos" e com seus 30% de desempregados, já não é o dos anos 80 e muito menos o dos anos 50 quando Elias Canetti o visitou.... Tudo por aqui (menos as toilettes públicas, claro), parece contaminado pela "pós modernidade" a ponto de, até a tal juventude Z, estar tocando fogo por aí e abalando o sono do rei e de seus tradicionais puxa-sacos... E claro, as vozes impressionantes vindas dos minaretes, os odores do "kif", das especiarias e das ervas, os picos elevados do Atlas e a leveza dos gatos também resistiram bravamente ao tempo... O súbito bramido de um camelo diante de um bazar e os Gatos! Muitos gatos nos becos da medina, nas janelas e ruelas de Tanger e de Chefchaouen... e lá nas de Marrakeche... então... (Será que comemoram por aqui o Dia dos Gatos, como o fazem lá no Nepal, no Dia dos Cachorros?)




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