sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Trump & Maduro: a escaramuça entre um dono de imobiliária e um motorista de ônibus... (que espetáculo!)


Quem é que poderia imaginar que o mundo e a vida viessem a transformar-se nesse patético jogo de video-game, que aos poucos, se desloca da África, da Ucrânia e da Palestina, para a América Latina? Teremos aí um novo Vietnã? Até as crianças estão fascinadas com essa possibilidade. Aqueles túneis! A terra! O subsolo! A geografia! O Suriname, a Colombia (Cartagena!), a cumbia, a Guiana... A cabeça do povo! La aguardiente... Os delírios...  Ah! O Caribe! As praias... Os mesmos barrancos onde aportaram os navios de Cortês, com suas espadas, seus cavalos, cachorros, bíblias e cruzes... A salsa! Aruba, Coraçao, Barbados, Cuba, Trinidade e Tobago, Cali, Barranquilla, Caracas, Margarita, o parque de Sierra Nevada... O som das maracas... O mar das Caraíbas... Águas, outrora infestadas de piratas e de navios espanhóis que rapinavam a prata e o ouro com que construíram as catedrais de Toledo... Os Andes! O pó! As florestas! As plantações de erva! As procissões pelos antigos caminhos da Cordilheira... Com uma lhama assistindo a tudo do alto do Aconcágua. Patchamama!!! E na vitrine das livrarias, sempre o velho Garcia Marquez, com seu Outono do patriarca; Memórias de minhas putas tristes e, claro, o Cien años de Soledad... 
Ver esses destroyers, esses submarinos, esses aviões que saem do chão como besouros, esses lançadores de granadas, mísseis, chamas, drones, etc, etc, etc, junto às declarações de protoditadores e de velhos perversos, é algo que até os mendigos, na hora dos jornais televisivos,  param nas calçadas e espiam para dentro das casas para ver a coreografia e o entusiasmo dos repórteres... sim, apoiadores de um bando ou de outro, entusiasmados como nos dias incertos, punheteiros e fugazes da adolescência... Um deles, que já foi coroinha, murmura: Ah! E se os hipersonicos começassem a chegar desde o Iêmen? Nas paredes e nas bandeiras as imagens desafiadoras e sem sentido do dono de imobiliária e do motorista de caminhão... É a guerra! A mesma que havia, com pedras, dentadas e paus, lá entre os babuínos. E isto, porque a vida em si, - como dizia aquele poeta maranhense - não vale, é muito pouco, muito pobre, uma monotonia sem fim e depressiva. Daí a ideia de que tanto a arte como a guerra são necessárias... E depois, porque, secretamente, a espécie, tem cada dia mais, pressa em acabar...  

E os olhinhos até das noviças da mídia brilham ao descreverem um ou outro daqueles pelotões de idiotas que vão orgulhosa e soberbamente suicidar-se e matar por uma ficção e por uma pátria... Sorte que uma grande parte desses cretinos ficará enterrada por lá mesmo, em covas coletivas, e para sempre, enrolados em suas infâmias e em seus trapos quase sagrados... Que viagem! E que miséria!..

Miguel Calvo Ruiz










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