Apavoradas com tantas companheiras assassinadas, as mulheres vão inventando performances, 'intervenções urbanas' e truques para tentar barrar a loucura de seus companheiros, amantes e inimigos...
Até agora, pelas estatísticas da última década, foi tudo inútil. A violência até cresceu e os assassinatos se multiplicaram, tanto nas sociedades precárias do mundo subdesenvolvido, como nas dos países mais ricos...
Ontem apareceu esse banco aí, idealizado por duas mulheres pernambucanas, instalado em frente a um shopping popular, convidando a turba a sentar-se nele, refletir e a agir. Tudo bem, mas agir e lutar, como?
Ah! Trata-se da agonia de Eros! Diria Byung-Chul Han...
E não adianta apenas acusar os matadores de serem descendentes de Cain (todos nós somos) e enfiá-los em jaulas. Sem ouví-los, (claro, que com uma escuta diferente da viciada, do judiciário), não se tem e não se terá uma ideia de como agir, e teremos que seguir apalpando os fatos no escuro... projetando neles nossos bizarros instintos e tentando interpretá-los através de nossos próprios transtornos...
Não é possível que a policia, os carcereiros, os advogados, os padres, os antropólogos, os psicopatologistas, as assistentes sociais e as próprias mulheres não tenham curiosidade em saber o porquê e as razões subterrâneas desse desvario. (Ou será que elas sabem?)
É evidente que cada um desses criminosos, antes de serem enfiados nas cadeias ou nos hospícios, deveriam ser ouvidos nas clinicas e nas universidades. Para quê? Para tentar "arrancar" deles as reais razões, as fantasias, os distúrbios e até mesmo os adjetivos que antecederam o crime. (e, claro, tornar essas razões públicas)... Do contrário, sem esse saber, se continuará por mais mil anos fazendo campanhas românticas; 'intervenções urbanas' (bancadas por um Estado fajuto); novenas e poesias obscuras, baseadas em hipóteses religiosas, moralistas, sexistas, rancorosas e medievais, enquanto se segue ignorando a ilíada de inimigos que continuam dividindo a mesma cama, os mesmos e secretos rancores... e, juntos, esperando por Godot! (God ot!)
A opinião do moço que deixou suas tralhas sobre o banco, que vive temporariamente na rua e que - segundo ele - conhece muito bem o lugar que as mulheres vieram ocupando nas anedotas bíblicas e em praticamente todos os outros supostos livros sagrados, foi a seguinte:
- Disse o Senhor: "Este homem usará calças; as calças terão botões. Façamos a mulher, para pregar os botões a Adão..." (E, o mais curioso: disse que aprendeu esse slogan de sua vovó e de sua mamãe!) Y asi se van los dias...
https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2024/08/6928267-feminicida-que-matou-jovem-a-facadas-estava-escondido-em-hotel-de-formosa.html
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