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Parafraseando a Malthus: enquanto o processo civilizatório cresce de forma aritmética, a estupidez, que toma conta de tudo, o faz de forma alarmante...
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Por aqui, nesta segunda-feira de setembro, as mulheres (de todas as laias, idades e pedegres) não querem nem ouvir falar o nome do prefeito de Barra do Pirai, (um vilarejo perdido lá no Estado do Rio de Janeiro), depois que ele, mais por ignorância do que por 'mau caráter', ou pelos dois juntos, declarou que como há crianças demais, por lá, e como a prefeitura já não dispõe de verbas suficientes para investir em creches, se deveria, como controle de natalidade, castrar as "meninas".
E isso, não pensem que foi num papo de boteco, depois de já ter enfiado nas tripas cinco ou seis caranguejos e uma garrafa de cachaça... Não, foi diretamente para a mídia, para aquelas estagiárias que os jornais despacham atrás dos políticos, essas mocinhas que lembram aquelas profissionais de Barcelona que correm de porto em porto do Mediterrâneo, atrás dos marinheiros...
E essa idiotice, apesar de parecer um exotismo pontual, - me alertava a esposa do Mendigo K -, é bem provável que seus outros 5500 e tantos colegas e energúmenos, Brasil a fora, pensem exatamente como ele... A propósito, - concluiu -: fomos poucas as que ao longo da história conseguimos escapar das garras perversas da "famiglia nucleare" e dos religiosos... e que não fomos castradas... O que comprova, mais uma vez que, como diria Cioran, Adão e Eva não foram mais do que debutantes, e que quem foi sempre nosso grande Mestre e o verdadeiro Ancestral de nossa raça, foi Cain...
E, como era de se esperar, esse descaramento "misógino" voltou a ativar o antigo ressentimento e a antiga escaramuça entre sexos e, claro, também o descaramento "misandrico": - Ora, - dizem elas, como réplica - mas por que então, não castrar os meninos?
O Mendigo K, que apareceu com o livro de Malthus sob o braço me alertou: Bazzo, imagine como seria possível suportar essa sociedade de merda se, além de tudo, ainda fossemos todos castrados...
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