terça-feira, 19 de setembro de 2023

O assassinato da menina Heloisa e a pantomima na ONU...


"Afirmar que a alma é imortal é o orgulho 

dos pobres mortais que não têm alma..."

Varga Vila

(IN: De los viñedos de la eternidad, p. 31) 





As milícias cibernéticas da esquerda e da direita estão excitadas, mais hoje do que ontem, na espera do discurso do Lula lá na ONU. 

O que dirá? 

Ora! Qualquer coisa que diga será fútil e não será suficiente para amenizar o horror do assassinato da menina Heloisa, de três anos de idade, morta ontem, com dois tiros de fuzil, lá no Rio de Janeiro, por agentes delirantes do Estado e da Policia Rodoviária Federal...

Pode teatralizar as conquistas que quiser, que não conseguirá silenciar os tiroteios cretinos e inúteis pelo país afora... Ah! Os Brics... essa nova modalidade de sofistas e de banqueiros... Parafraseando Brecht, o que é o assalto a um banco comparado com a criação de um banco???

 Ah! o Sul Global, que até recentemente era conhecido por Terceiro Mundo...) Ah! o papel relevante do país no exterior! As florestas verdes e em pé e o negócio do carbono... As minas de lithium (que servem tanto para as baterias como para o Transtorno bipolar...). Dogmas cretinos sobre os quais a imagem da criança assassinada, joga uma pá de esterco... sim, uma pá de esterco sobre toda essa repetição cínica e sobre esse blábláblá ilusório.., sobre essa baboseira que não garante nada e que só entorpece a turba... Qualquer coisa que se diga lá será aviltante e canalha...

E, ate os mendigos, curiosamente, se emocionam ao falar na maldição da Ordem Neo liberal! Da Direita planetária! Da Ucrânia! Do Marco Temporal! Das ventanias no Rio Grande do Sul... Sobre os negros e a escravidão contemporânea! Os gays! As mulheres! Os povos originários... A fome! 

E do fundo do covil, vem o riso da velha direita agora travestida de centro ou de extrema-direita... E também da velha esquerda... vivendo de memórias distorcidas, de idolatria ao passado e, idealizando o impossível e, claro, adoecida pelo mesmo mal... Neste caso - como lembra Eagleton, mencionando a Aristóteles - será que devemos sentir pena e temor ao mesmo tempo?

E a OTAN, instalada sutilmente não apenas ali no vão da esquina e em toda América Latina, mas inclusive no imaginário dos crápulas... E o negócio das armas... A gerontocracia que relativiza seu ódio contra os jovens os enviando para a frente de batalhas... 400 mil mortos só nos arredores de Kiev...  E por aqui, por um lado, um autoritarismo cabotino e punitivo contra a população desolada enquanto, por outro, nas alcovas e fora das fronteiras... a antiga  e apostólica subserviência de sempre...

A volta do Trump... ou a permanência do Biden? Vejam o nível das expectativas e dos discursos! Não é por acaso que a possível vitória do Millei, na Argentina está sendo encarada como o fim do mundo... e que, naturalmente, justificará todo e qualquer fracasso planetário...  enquanto, nos camarins, se desenrola a vil disputa pelo comando deste sub, pobre e místico continente... A política como uma seita... Zelenski, o ator clow que virou estadista. O horror da hegemonia canalha! A direita planetária contra o aborto, contra a cannabis (até contra o canabidiol) e contra a contribuição sindical. Ah! mas e os sindicatos pelegos??? A contribuição sindical! A tirania fiscal! A democracia! Uma guerra interina para destruir a libido e para idiotizar qualquer um...

E, curiosamente, todo mundo visivelmente emocionado... Sim, a depressão pode ser também um álibi político... E depois, como não deprimir-se quando se está rodeado por imbecis? 

Por mais humanistas e trapaceiras que sejam as retórica, (vejam o discurso "revolucionário" feito por Sarney, na abertura da reunião de ONU em 85) não será possível apagar do telão de fundo a imagem sorridente da Heloisa, a menina de três anos morta ontem, no Rio de Janeiro, com três tiros de fuzil dados por policiais.., imagem que coloca uma pá de esterco sobre essa pantomima de lacaios e de tiranos... Estado de exceção! A ONU e seus atores, deveria ter vergonha na cara e calar a boca...




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