sábado, 16 de setembro de 2023

Enquanto João do Rio não é adotado nas escolas...

 


"Quantas orações andam impressas em folhetins, vendidas nas grandes livrarias e nos alfarrabistas, exportadas para a província em grossos maços, ou simplesmente manuscritas, de mão em mão, amarradas ao pescoço dos mortais em forma de breve? Ha nessa estranha literatura edições raras, exemplares únicos que se compram a peso de ouro; orações árabes dos negros musulmins, sua tradução não se vende nem por cinzenta mil réis; orações de praga africana, para dizer três vezes com um obi na boca; orações para todas as coisas possíveis e impossíveis. O homem e um animal que acredita - principalmente no absurdo -".

"O trabalho honrado não dá fortuna a ninguém; todos somos refinadíssimos malandrins; e se não nos esganamos fisicamente, nos esfaqueamos e nos assassinamos moral e monetariamente a cada instante. O mais bandido, o mais cruel, o mais patife é quem vence..."

"Engano, dolo, violência, a bolsa ou a vida, honrada malandragem de alto a baixo. Eu que aqui estou falando, estou certo de que você é um malandro..." (IN: A alma encantadora das ruas)





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