segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Hasta siempre...







Passou a Campanha Eleitoral, mas chegaram as besteiras infanto-juvenis da Copa. E logo virá o Natal, depois o Fim de ano e em seguida o Carnaval. Não há como fugir! É a teologia do entretenimento... Há fantasias e ópio para todas as trupes, não importa o grau de idiotice que as caracteriza... O fanatismo é o mesmo e a alienanção é idêntica! Dopar-se! Como seria possível passar essa temporada no inferno, sem dopar-se? Por todos os lados o rebanho eufórico, imbecilizando-se com a babel eclesiástica, com as miçangas do capitalismo e com as lendas proletárias...

A mendiga explica, entre lamentos, que sua filha deixou de ser veterinária porque descobriu em si dons de manicure...

O Bolsonaro desapareceu e o Lula prepara-se para ir ao Egito. Quem é que não gostaria de ir ao Cairo? Nem que fosse só para ver as múmias,? Para dar um giro de madrugada, num daqueles barcos encantados, pelas águas do Nilo? Do Cairo a Luxor? Ao canal de Suez? Aos destroços imaginários da Biblioteca de Alexandria? Ou, pelo menos, para ver a casa onde nasceu Philippo Marinetti... e aquela página do Le fígaro com as beiradas comidas pelas traças, colada à parede: o Primeiro Manifesto Futurista...

 Ah! O navio iluminado, as autoridades, os trapaceiros intercontinentais, uma estatueta de Cleopatra para hipnotizar os otários e o olhar falso e serpentino das dançarinas, a dança do ventre, o buraco estrábico do umbigo (sim, o nível de empoderamento de uma mulher se mede pelo grau de sofrimento e de tesão que ela consegue provocar sobre os cretinos!), a mendigada e os estafadores esperando ansiosos pelos Cartões Corporativos dos forasteiros no cais do porto... O Teatro da COP27, a suposta luta contra as chaminés, as tertúlias do clima... Mil e uma mentiras! Artimanhas geopolíticas com cheiro de harém e de lupanar... E nas suítes dos hotéis vagabundos, aqueles carpetes rechonchudos, verdes, odiosos, envenenados de porra e de lágrimas... Tudo com a cumplicidade de Thoth e de Hórus! Camelos ruminantes às margens... Enquanto o poetinha da comitiva vai improvisando 'poesias sociais' numa tentativa de disfarçar seu imaginário e seu cotidiano edificados sobre uma esterqueira burguesa. O aroma do narguilé e a Primavera árabe que não houve... Os souvenires em ouro, as miçangas dos sheiks e um pelotão de puxa-sacos traduzindo as bobagens  anfitriãs, fotografando, babando, lhe carregando as malas e pagando as contas...  Na Praça Tahrir, o mendigo que vê a comitiva passando, uns em calasirs, outros em paletó, outros em mangas de camisa, resmunga a frase de Bernard Shaw: Não adianta iludir-se, "o cão volta sempre ao lugar do vomito!"


Um comentário:

  1. https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2022/11/5050587-desespero-de-bolsonaristas-com-eleicao-de-lula-viralizam-veja-videos.html

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