quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Dos genes irremediavelmente subalternos...




De uma semana para cá, depois que o Lula voltou a ser Presidente da República, tenho ouvido, em algumas manhãs, um grito  - que lembra os estádios de futebol -, que vem lá do prédio que fica em frente à minha varanda: Bom dia Presidente Lula!

Não tenho ideia de quem é o gritador, mas acho até uma iniciativa simpática. É provável que seja um sujeito que, desde criança, veio ouvindo seu avô gritando: Bom dia Presidente Vargas! Depois: Bom dia Ilustre Jânio Quadros! Depois, seu pai: Bom dia meu general Geisel! Um pouco mais tarde: Bom dia meu  general Figueiredo! Um pouco mais tarde: Bom dia Presidente Sarney! Depois, Bom dia Presidente Collor! Bom dia FHC! etc, etc, etc... profissão: bajulador! (mais dois milhões de votos e a promessa de um empreguinho no Palácio e estaria gritando, com a mesma desfaçatez): Bom dia Presidente Bolsonaro!


Bom dia Presidente Lula!

Mas, evidentemente, o Lula não lhe responde. 

Só se ouve o eco de uma voz que o alerta: Se liga companheiro! O Lula não está mais preso! Está solto, seu babaca! Está arrumando as malas para dar um giro pelo mundo enquanto você fica aí como um idiota, enfiado nesse cortiço, ruminando tomates envenenados, gritando e esperando Godot...

Meu cachorro me olha irônico, senta sobre o traseiro, naquela posição elegante de Gizé e resmunga: Bazzo, você tem razão, a vida é uma canção que não tem sentido...

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