terça-feira, 30 de agosto de 2022

Putas y guerrilleras... (De Miriam Lewin e Olga Wornat)



Como teria dito Stálin: 

"No fim de contas, quem ganha é sempre a morte..."


Como era de se esperar, as discussões sobre o Debate entre os candidatos à Presidência da República, ainda continuam. Cada confraria jura que seu candidato se saiu melhor que os outros, etc, etc. Os fanáticos, os micropatriotas, os profetas & os especialistas em teatro mambembe se multiplicam enquanto dividem a bolada indecente e cretina do Fundo Partidário... 

O mais curioso é que o assunto mais discutido, e que apareceu várias vezes lá entre os debates, não foi a construção de estradas de ferro - como era de se esperar -, mas a misoginia. Misoginia? O que é isso? É a mesma coisa que misandria? Não! Misoginia é uma espécie de ódio e de repulsa aos genitais femininos, enquanto a misândria é uma espécie de ódio e de repulsa aos genitais masculinos... (são dois transtornos biológicos, disfarçados de ideológicos, que vêm de longe, de muito longe, desde os tempos das antigas caravanas, até hoje...)

O mendigo K que acaba de chegar de Buenos Aires, apareceu na padaria meio eufórico exibindo o livro que comprou lá numa antiga livraria da Calle Corrientes. Um livro que, segundo ele, tem tudo a ver com a questão da misoginia. "Un libro - segundo Gioconda Belli - completo, valiente, explícito y desgarrador; un libro que cuenta lo que jamás debe repetirse".



Enquanto isso... Para sexualizar um pouco a manhã...




[ nada é mais inatingível e inacessível do que uma mulher no palco...]


sexta-feira, 26 de agosto de 2022

A chibata, os sex shops, as eleições, os trocadores de figurinhas e os seis mil anos de fracassos...


[ No momento em que nasceu Abraão, uma estrela estava no Oriente e espalhou quatro estrelas para os quatro cantos do céu. Disseram os sábios a Nimrod: um filho nasceu a Terah e dele sairá um povo que herdará este mundo e o mundo vindouro; se é tua vontade, encheremos a casa do pai com ouro e prata, e mataremos o filho...] Talmude. Ver: O assassinato dos filhos (filicídio), Arnaldo Rascovsky,  p. 83



 1. Nos Estados Unidos (segundo meu correspondente), com fins educativos e pedagógicos, estão voltando a autorizar os professores "primários", ao uso da velha e patética palmatória e das surras. Lembram? E a volta dessa aberração - segundo as autoridades de lá - atende a um pedido dos próprios pais dos alunos. Que tal? Seria uma espécie de flerte com o filicídio ou com o infanticídio? Haveria no mundo um ódio secreto contra as crianças? E, o mais interessante, (observem) é que essa perversão e esse sadismo são praticados preferencialmente nas nádegas dos alunos. Não é nem necessário ter lido a obra do Marques de Sade, nem a do Conde Von Sacher-Masoch e nem a de Freud, para saber que essas crianças, se sobreviverem, correm um sério risco de, no futuro, tornarem-se os maiores clientes dos sex shops em busca daqueles relhos estilizados...








2. Depois da desfaçatez de trazerem de volta (dentro de um pote) o coração do Primeiro Imperador do Brasil, (não se assustem se logo logo uma beata o verá batendo; lembram do sangue de San Genaro?...) começaram hoje as propagandas políticas no rádio e na TV. Os papos são surrealistas e inacreditáveis! Ouça com atenção o que dizem e o que prometem os tais pretendentes, porque no lero-lero e nas superstições de cada um deles está a chave para compreender nossos 6 mil anos de fracassos...

3. As bancas de jornais da quadra, das oito da manhã às 6 da tarde. voltaram a ficar congestionadas de clientes. Velhos, crianças, mulheres, doutores, analfabetos, remediados e cachorros. Sabem o que fazem? Trocam figurinhas para colar no novo álbum da Copa: FIFA WORD CUP QATAR 2022... Acredite... 

Ah! E nós que continuamos nos iludindo de que estamos a caminho do Iluminismo e da emancipação e de que um dia, um belo dia, por fim, poderemos nos livrar do aprisco! 

Ei!, quer trocar um Gabigô por um Ronaldo? Uma do Robson por uma do Neimar?

Lastima grande que sea verdad tanta. miseria!!! 

É melancólico e brochante como digo, ou estou exagerando?


 

terça-feira, 23 de agosto de 2022

Mulher faz buzinaço por ter conseguido libertar-se do 'matrimônio'.... Viva as buzinas!



"O estado conjugal denomina-se santo porque tem mártires tão numerosos..."

(F. Blatter)




Na semana passada uma mulher aqui dos arredores protagonizou um ato que deixou os antropólogos, os psicólogos, os padres, os coroinhas da terceira idade, os especialistas em Sêneca e em Parmenides, as freirinhas da vassoura e do rodo e outras mártires e adoradoras das algemas e até mesmo a sociedade em geral, de boca aberta: comemorou seu "divorcio" fazendo um imenso buzinaço.

Só se viu algo parecido na cidade quando um sujeito inocente, de uns trinta e poucos anos, que havia passado uns quinze injustamente atrás das grades da penitenciária local ter, de madrugada, saltado os muros e ganhado a liberdade...

É importante compreender que essa mulher, com uma simples buzina, fez bem mais para a saúde mental dela própria e das mulheres, como um todo, do que a trupe da sociologia que continua há décadas cantarolando Edit Piaf e queimando incenso para Simone de Beauvoir. Bem mais do que as onanistas de gênero; bem mais do que a suposta solidariedade que os ditos 'mãos viradas' lhes dedicam e do que as 'investigações' que as policias vêm fazendo para esclarecer os crescentes índices de assassinatos de mulheres...

Mas é importante compreender - apesar de que os jornais tendenciosos nunca falam - que a comemoração não deve ter sido unilateral, só dela. Que, como a insalubridade da prisão matrimonial afeta igualmente os dois lados, é evidente que seu ex marido deve ter feito, do outro lado da cidade, também o seu, mais do que legítimo buzinaço... Ufa! Enfim, os dois de volta ao mundo cão!...

É importante registrar que o tal casamento e o tal ajuntamento de dois estranhos (e náufragos à deriva) para morar na mesma casa, para dormir na mesma cama; - para compartilhar os mesmos trapos; para passar a vida inteira, lado a lado, lavando panelas, competindo e se desclassificando mutuamente -  para obrigar Um a compartilhar as misérias do Outro até 'que a morte os separe" é a forma mais cruel, mais cabotina e mais eficiente de destruir a sexualidade, a criatividade, a beleza e o tesão pelo mundo, das pessoas... Enfim, que, como diria                                                                                     Léon Blum, a palhaçada do matrimônio é uma espécie de asilo dos resignados...

E já que a turba está em campanha, qual o candidato que, além das balelas, da pantomima nos palcos e das mentiras de sempre, teria estofo moral, sabedoria e bagos para tratar dessa questão?




domingo, 21 de agosto de 2022

A Primeira Ministra da Finlândia... numa semana recheada de imposturas e de impostores...


 1. Enquanto os  Migs russos rondavam o espaço aéreo finlandês, a fascinante primeira ministra daquele país (Sanna Martin, 36 anos) requebrava o esqueleto, feliz da vida, numa festinha que parecia ser de arromba. A velharada nativa (e os impostores em geral), ficaram indignados. Suspeitaram que toda aquela beleza, aquela performance e aquela sensualidade se devia ao uso de alguma "droga". Seria cannabis? Seria o efeito de meia garrafa de Lonkero? De uma carreira de cocaína? Da música? Dos bons níveis de testosterona? Ou apenas de uma sanidade intrínseca? Ora! Com droga ou sem droga, quem é que não atravessaria prazerosamente o planeta com a ilusão de cruzar com ela sob os lampejos da aurora boreal e numa daquelas madrugadas geladas de Helsinque???

2. Enquanto isso, em Roma, o Papa argentino promete dar status de santidade ao milagreiro Padre Cícero, aquele de Juazeiro do Norte. Você já foi a Juazeiro? Não! Então vá! Os justiceiros celestes do vaticano justificam o titulo de Santo ao padre Cícero, pela anedota de que uma hóstia que ele depositou na boca de uma beata teria subitamente se transformado em sangue. Admitindo que essa anedota contenha algum vestígio de verdade, qual seria a mensagem e o propósito celeste dessa feitiçaria? Quê loucura! Mas, e qual seria a explicação dos dentistas e dos pneumologistas para essa 'transmutação'? Eu e todos os irmãos de aprisco só cremos porquê é absurdo!  E é curioso que essa santificação aconteça logo agora, no início de uma campanha política nacional insalubre, messiânica e recheada de delírios e que um dos candidatos (por suas façanhas passadas) já tenha até sido malignamente comparado ao referido padre... !

3. Nos Estados Unidos esfaquearam o autor indiano de Versos Satânicos. Sim, e não pensem que foi na Idade das Trevas, foi na semana passada. E num país onde a paranóia é sistêmica e onde a policia patrulha até os peidos e as sombras...

4. Na padaria da esquina, a mulher do mendigo K, depois de uns tragos e folheando Le labyrinthe de la folie, atacava um colega de ofício que dizia ser ateu, detestar futebol e não ter título eleitoral: "Meu amigo - dizia ela - preste atenção como nesse puteiro em que vivemos, todo homem de bem tem que viver dopado, isto é, associado a um time de futebol, a um partido político e a uma religião!........ que na essência, são a mesma coisa"



E la nave va...








terça-feira, 16 de agosto de 2022

NA RODA DA FORTUNA - Assim falou Ciro Gomes...











Efeito Salazar. O Movimento das mães de Bragança... & Não alugamos apartamentos para putas...


postado em 15/08/2022 06:00 / atualizado em 15/08/2022 10:04


"A Justiça humana é uma roda velha que ameaça ruína a cada momento. O azeite é o dinheiro. Quando deixa de se azeitar a roda, esta enferruja e para. Dinheiro, meu senhor e Deus! por ti eu levaria meu pai à forca ou salvava-o de lá; esbofetearia minha mãe, bateria em meu irmão, prostituiria minha irmã ou seria o pai de seu filho... Mas e o Remorso, perguntas tu? O remorso é uma larva que ainda em vida se arrasta sobre os corpos. Muito bem. Sacode a larva.meuip"Abilio Forjaz de Sampaio


Você que acha que nos 300 anos depois do grande terremoto que destruiu Lisboa e dos dois séculos depois que os portugueses foram expulsos do Brasil, a mentalidade deles mudou a respeito das colônias e dos colonizados, precisa ler esta matéria abaixo, publicada ontem no CB aqui da cidade e ver o tratamento que ainda dispensam aos brasileiros que vivem por lá, sejam eles brancos, negros ou amarelos; doutoras ou analfabetas; putas, lésbicas ou veados; estudantes, professores ou o que quer que seja... Inacreditável!

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Vicente Nunes - Correspondente em Portugal

"Lisboa — Puta! Piranha! Vagabunda! Safada! Macaca! Ladra de maridos! Volte para seu país! A rotina de ataques é constante às mulheres brasileiras em Portugal. São raros os casos em que elas não ouviram, ainda que sussurrado, um xingamento. Se for mulher, brasileira e negra, a xenofobia e o racismo são ainda mais violentos. Por vergonha, medo e insegurança de viver num país que não é o seu, muitas se calam. Mas uma palavra une a todas: resistência. 

Não há exagero nos relatos de discriminação. Todas as pesquisas apontam que as mulheres brasileiras são as maiores vítimas de preconceito em Portugal. O mais recente levantamento da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR), do Observatório das Migrações, referente a 2021, revela que os brasileiros, no geral, são os que mais apresentam queixas contra xenofobia e racismo: 26,7% do total. Quando os dados são abertos por gênero, 45,9% das reclamações são de mulheres brasileiras e 33%, de homens. Estudo realizado pela ONG MigraMyths, em parceria com a Casa do Brasil de Lisboa e a República Portuguesa, indica que 58,2% das vítimas de discursos de ódio são mulheres brasileiras. 

"O preconceito está nos mínimos detalhes. De vez em quando, parece que está tudo bem, até que uma pessoa próxima a você deixa o preconceito explícito", diz a mestre em sociologia Ellen Theodoro, 41 anos, que atua na linha de frente na defesa dos direitos humanos pela Casa do Brasil. Ela conta que se relacionava com um português que nunca a apresentou para a mãe dele. E a razão ela descobriu numa conversa despretensiosa. "Um dia, ele disse: vou a um piquenique com a minha mãe. E eu, brincando, falei: eu também. Ele respondeu: minha mãe não gosta de brasileiras", conta. "Foi, então que compreendi o porquê de ele nunca ter me apresentado para ninguém." 

Ellen não tem dúvidas: "Na nossa vida, o preconceito é rotineiro. Você está num bar, por exemplo, e diz que é brasileira, a pessoa começa a tomar algumas intimidades e faz observações do que a mulher brasileira representa em Portugal, que está com o corpo disponível para sexo". E emenda: "Temos de contrariar e convencer todo mundo de que não somos putas". 

"Toda tapadinha" 

Professora, atriz e cantora, Joana Angélica da Costa, 55 anos, também se deparou com a discriminação por ser brasileira em um relacionamento. O namorado até lhe apresentava aos amigos e aos familiares. Mas o primeiro sinal do preconceito veio por meio de um comentário da irmã dele. "Estou aqui com o Paulinho e a namorada dele, é brasileira, mas é ótima." O namoro durou um ano e meio. Nesse período, ela conheceu os filhos e a ex-mulher dele. Foi em uma das festas que frequentavam que se deu conta de como era vista. "Todos perguntavam quando a gente se casaria, ainda que o casamento não fosse algo importante para mim." Já no carro, de volta para casa, ele quis dar a ela uma resposta sobre as indagações dos amigos. E disse: "Eu até me caso com você se tirar a cidadania portuguesa". 

A professora respondeu que aquilo não estava em jogo, pois, em nenhum momento, pensou em se fixar definitivamente em Portugal, para onde foi com o intuito de estudar — fez mestrado e doutorado. "Ele gostava tanto de mim, que até se casaria comigo para me dar cidadania, uma cidadania da qual nunca falei que tinha interesse", conta. "Com essa conversa, entendi que o preconceito é uma coisa que está tão impregnada, que ele achava que me salvaria ao me dar a cidadania, que seria uma prova de amor." 

A cearense Karol Ximenes, 40, está há sete anos em Portugal. Jornalista e empreendedora, reconhece que foi uma luta conseguir alugar um apartamento em Lisboa. O maior problema: ser mulher brasileira. "Todas as vezes em que ligava para uma corretora, bastava a pessoa do outro lado da linha ouvir o meu sotaque para dizer que não tinha interesse em fechar negócio." As agressões foram tantas, que ela pediu ao marido que assumisse a tarefa. Entretanto, foi somente por meio de amigos que conseguiram alugar a casa em que vivem hoje. 

"Preconceito existe, às vezes, nos mínimos detalhes", lamenta. "Lembro do caso de uma vizinha minha, sempre gostou muito de mim e do meu marido. Numa ocasião, estávamos saindo para uma festa e ela falou assim: 'Ah, outro dia, fui para casa de não sei quem, e encontrei lá uma moça, uma rapariga, e eu nem sabia que ela era brasileira. Não parecia brasileira.' E eu perguntei: 'mas por quê?' E ela disse: 'eu só notei quando ela falou. Toda tapadinha.' Ou seja, estava sem decote. É um estigma", detalha. 

Caminho inverso 

A antropóloga e jurista Manuela Martins, 62 anos, nasceu em Portugal, mas foi para o Brasil, com a família, com apenas um ano de idade. Aos 59, ela resolveu voltar às origens para que o filho André, 24, pudesse estudar. "Nunca fui uma portuguesa ausente de Portugal, tenho família no país", diz. Quando chegou, foi morar com uma prima. A convivência com a parente escancarou o que há de pior em termos de preconceito. A prima se mostrou xenófoba e racista, e tinha horror a mulheres brasileiras, as quais ela classifica como "ladras de maridos". 

"Minha prima tem ódio absurdo em relação às brasileiras. Fala que são putas, que vêm para Portugal para roubar os homens portugueses, para tirar os homens de suas mulheres", relata Manuela. "Me sentia, como parente, desrespeitada. Eu dizia: você está falando de mim. Ela respondia: você não é brasileira, é portuguesa. Eu rebatia: sou muito mais brasileira do que portuguesa. Chegou um momento em que houve uma ruptura mesmo. Estou há um ano sem falar com ela e não permito que ela se aproxime de mim. Já tentou, mas não permito", ressalta a antropóloga. 

Manuela viu que o preconceito não se restringia às mulheres. O filho, que é gay, enfrentou sérios problemas quando chegou em Portugal. "Ele desembarcou com uma mala rosa e foi parado pelo pessoal da imigração. Às 5h da manhã do Brasil, recebi mensagens no meu telefone, pois ele estava preso na imigração, sendo obrigado a apresentar uma série de documentos. Fiquei em pânico", diz. Depois de três horas e muito sufoco, o jovem foi liberado. Não bastasse esse trauma na chegada, o filho da antropóloga presenciou, por várias vezes, a prima dela se referir aos negros como "macacos". 

"Tudo isso me obrigou a sair da casa dela e a procurar um imóvel em Lisboa, onde meu filho foi estudar. Mas não consegui alugar por causa do meu sotaque brasileiro. Assim, divido uma casa com um amigo. E ele sempre enfatiza que não adianta dizer que sou portuguesa, porque não me visto como uma portuguesa, porque tenho tatuagens e falo como uma brasileira", frisa Manuela, que está fazendo uma ampla pesquisa sobre migração e se diz estarrecida com a forma com que a comunidade LGBTQIA é tratada. "Entrevistei um casal de lésbicas, e é tenebroso o que elas passam. Muito difícil. É a exclusão da exclusão", destaca. 

O preconceito contra mulheres brasileiras está disseminado em Portugal. Contudo, é no comércio, segundo levantamento da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial, que elas sofrem mais ataques. Do total das queixas feitas à instituição em 2021, 15% dos discursos de ódio ocorreram em lojas, bares, restaurantes, supermercados, superando as redes sociais, com 14,7% das reclamações. A socióloga Berenice Bento, professora da Universidade de Brasília (UnB), sabe bem disso. "Vi cenas que me marcaram. Em um restaurante, no Chiado, um português gritou muito com uma garçonete brasileira, chamando-a de porca, imunda. Vi ela chorando", conta. 

Incomodada com a situação, Berenice pagou a conta do restaurante e foi falar com a garçonete do lado de fora. "E ela me disse que era normal." A professora ficou se perguntando quem autorizou aquele homem a fazer o que fez com aquela mulher. No entender dela, muitas mulheres que migram para outros países já carregam problemas de origem. 

No caso das brasileiras, há a questão da pobreza. Elas saem do Brasil em busca de melhores condições de vida. "Essas mulheres suportam muito, porque o nosso país é miserável, maltrata elas, negros, pobres. O Brasil é um dos países mais violentos do mundo. Nós temos guerra civil declarada. Então, quando você vê esse preconceito em Portugal, tudo bem. Qual é a diferença? É que, no país europeu, ganham o dinheiro que dá comida aos filhos delas que estão no Brasil." 

Nem o diploma de socióloga nem a bolsa de estudos bancada pelo governo brasileiro impediram a professora Berenice de sentir a força do preconceito por ser mulher brasileira. Em 2003, ela foi para Barcelona, na Espanha, para estudar. E não conseguiu alugar um apartamento. "Eu ligava para perguntar (do imóvel) e diziam: não alugamos apartamentos para putas. Eu dizia: sou brasileira. E rebatiam: são putas." Para se estabelecer na Espanha, teve de se transferir para Valença, onde conseguiu, por meio de uma rede de amigos, a moradia para receber o marido e a filha. 

Visão colonialista 

Presidente da Casa do Brasil de Lisboa, a psicóloga comunitária Cyntia de Paula, 36, afirma não ser de responsabilidade das mulheres brasileiras todo o preconceito do qual elas são vítimas. Para ela, a ideia de que a mulher é um corpo disponível para ser tocado, violentado, usado, vem desde a colonização do Brasil. "Se nós lermos as cartas dos invasores, que eu não considero navegadores nem descobridores, a mulher colonizada é descrita como selvagem, permissiva, com um corpo que poderia ser utilizado", ressalta. 

Cyntia, há 13 anos radicada em Portugal, reconhece que a opressão sobre as mulheres brasileiras conjuga racismo, xenofobia, colonização, machismo. "Temos essas estruturas que andam juntas quando falamos de preconceito. O que eu sinto sobre esses casos é que, de fato, os efeitos que a mulher imigrante do Brasil vivencia são muito fortes", assinala. 

A psicóloga enfatiza que a estrutura do racismo, da xenofobia, do colonialismo, do machismo está tão sólida, que Portugal assistiu, tempos atrás, ao movimento das Mães de Bragança, cujo objetivo principal era atacar mulheres brasileiras, definidas como prostitutas. "Não se pode culpar as mulheres portuguesas, nem as brasileiras. Tudo é reflexo do que é socialmente aprendido. Por isso, é importante mudar as estruturas", entende. 

A boa nova, afirma a presidente da Casa do Brasil, é que a migração mais recente de brasileiros para Portugal é, em boa parte, mais qualificada e mais ativista, com forte presença nas universidades portuguesas. "Há grupos se posicionando de forma muito efetiva, e isso tem chamado a atenção para os problemas referentes ao preconceito enfrentado pelas mulheres", complementa Lina Moscoso, 44, doutora em ciência da comunicação, há oito anos em Portugal. Ela lembra que ninguém é educado para migrar para outo país, para enfrentar as adversidades de ser imigrante. "A gente aprende na marra. 

Lina salienta que o fato de as autoridades portuguesas, em especial o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza, estarem se posicionando publicamente contra o racismo e a xenofobia é crucial. "A defesa contra o preconceito tem de partir de cima. Estamos diante de uma estrutura que vem desde a colonização e ainda não se quebrou. Precisamos de políticas públicas", cobra. "Em alguns casos, os ataques são sutis; em outros, violentos. Há mulheres que já sofreram e sofrem violência diária. Há mulheres que têm questões muito sérias, casaram-se com portugueses e sofrem ataques diariamente. Os índices de violência doméstica em Portugal são altíssimos", alerta. Para a doutora, apesar da complexidade da situação, as mulheres devem denunciar todo crime do qual são vítimas. Ataques de ódio não podem ser tolerados, em hipótese alguma. 

A pesquisadora e cientista social Ana Paula Costa, 29, reforça que vários fatores estão na base do preconceito contra as mulheres brasileiras: o colonialismo, a desigualdade de gêneros e a relação do Brasil com suas cidadãs. "Há uma corresponsabilização, o problema não está só em Portugal. O Brasil é um país machista, um país que vendeu, sim, suas mulheres e vende até hoje, por meio de um turismo sexual", diz. Para ela, o fato de o presidente da República, Jair Bolsonaro, dizer que os turistas poderiam ir para o Brasil para ter sexo com as brasileiras reforça o estereótipo de que essas cidadãs, no geral, são putas. 

A despeito de todos os avanços, Ana Paula, que é vice-presidente da Casa do Brasil de Lisboa, reconhece que as queixas contra racismo e xenofobia são baixas, porque as pessoas ainda têm medo, sobretudo se estiverem no processo de resolverem a situação administrativa no país. Essas pessoas temem retaliação. Há, também aquelas que não têm forças suficientes para denunciar. Por isso, acredita ela, é tão importante redes de apoio. Como complementa Cyntia de Paula, migrar é um direito, no amor e na dor. "Queremos um mundo sem fronteiras, sem preconceitos."

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sábado, 13 de agosto de 2022

A democracia, as espumas do rio Tietê e o lumpemproletariado da Cracolândia...




Enquanto os banqueiros, os empresários, os juristas (todos de renome), os comerciantes, os oligarcas da mídia e os velhos políticos de sempre liam sua apologia da democracia, lá no pátio da USP, aqui em Brasília, um dos tais moradores de rua assassinava outro morador de rua, ali quase sob os arcos do famoso Sara Kubitschek, o arrastava para debaixo de um ipê (?), o cobria com cobertores e o incinerava. Quando os "homens da lei" foram ao local, só encontraram um punhado de cinzas. Na delegacia, o matador, com trinta e tantos anos de rua, carregando no olhar uma história de desprezo, de escárnio e de miséria secular, parecia estar interessado apenas em saber quantos anos passaria enjaulado.

Ao mesmo tempo, lá em São Paulo (via-se pela televisão), que sob os arcos sagrados daquela sacrossanta instituição, os oradores e a platéia estavam visivelmente emocionados. Liam suas cartas como quem lê um poema místico ou um fragmento inédito dos evangelhos. Como quem faz uma elegia à vida, eles que, de tão democráticos, não souberam, até agora, nem o que fazer com as espumas do Tietê e muito menos com a turma da Cracolândia, confessavam estar em transe e em extase (também havia quem estava em visível estado de estase), diziam que aquela performance era revolucionária e que ficará na história das futuras gerações para sempre... (!?)

Bobagens! Beatices! Bagatelas! Mixarias! Demagogias! Espumas...

Parole... parole... parole... Non cambiare mai... non cambiare mai...

O Mendigo K que assistia irônico àquela pantomima, e que conhece muito bem (na pele) a democracia vigente, resmungava para si mesmo: "Não me venham gritar e fazer gestos de liberdade sacudindo no ar vossas riquezas, vossos títulos e vossas correntes! Eu não lhes concedo o direito de cidadania na urbe do pensamento..."




quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Parole...parole...parole...



"Nada é mais funesto a um país que o império das frases; por isso os governos dos grandes oradores têm sido sempre tão fatalmente estéreis. Não existe piores homens de governo que os homens de frases. As grandes frases têm sido tão fatais aos povos como os grandes crimes..ip." (V.V.)



quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Várias... Malentendidos e trapaças intelectuais...



1. A notícia da filha que lá no Rio de Janeiro, teria dado um golpe de mais de 700 milhões na própria mãe, está dominando as tertúlias e os chás da tarde aqui na Capital da República. E nem é tanto pelo moralismo genésico, (Ah! a mãe! Ah! o amor filial! Ah! a sagrada famiglia! etc), mas pelo fato de alguém ter o descaramento de, numa cidade e num país salpicado de misérias por todos os lados, dispor de uma fortuna dessas e mais, em telas. O affair está sendo um show cômico e fascinante, envolvendo videntes, feitiçarias, gente da Romênia (je suis romeni), um museu argentino e, claro, trapaceiros locais... Se se pretende entender alguma coisa do país, é importante que se redefina o que é, e onde se oculta, afinal, o verdadeiro crime organizado. A propósito, sempre que ouço falar de trapaças ligadas à arte, penso na frase de Maurice Ravel: é a impostura suprema!

2. Nas últimas semanas, Minas Gerais esteve em foco, por dois escândalos sexuais bizarros: a) no exame de urina de uma mulher de setenta anos, internada num hospital, foi identificado vestígios de sêmen. b) O jornal de hoje traz a notícia de que uma mulher de 38 anos, internada num hospital de B. H denunciou ter sido abusada sexualmente enquanto se recuperava de uma cirurgia. O short que vestia havia sido furado e havia sêmen em seu corpo...  (!?)

3. Os juízes de turno criaram nesta semana mais uma categoria de crime: o estelionato emocional. Muita gente (padres casamenteiros e empresas nupciais) já está preocupada com o futuro e o negócio dos matrimônios... 

4. Depois que os sábios da OMS afirmaram que a Varíola dos macacos tem sido mais frequente em homossexuais, e depois de nossos infectologistas insistirem que a transmissão se dá pela ruptura de  bolhas cutâneas, não apenas os organicamente ignorantes, mas até os cretinos ilustrados estão convictos de que sim, deve haver um nexo entre cutâneas & homossexualidade. Como se vê, é necessário esclarecer, não apenas o idioma, mas também as manhas desta e de outras patologias. Mas ninguém esclarece! Depois de toda a epopéia sofrida pelos homossexuais durante a AIDS ( nos anos 80,90) e agora sob a tal disseminação da monkeypox, é bom que eles fiquem espertos porquê, desse jeito, se houver um desastre atômico lá na central Nuclear de  Zaporizhia é bem provável que a responsabilidade também recaia sobre eles. (e, claro, sobre os macacos...)

sábado, 6 de agosto de 2022

Obituário... Uma perda estúpida...

"Dizem-nos que Jeová , quando criou o mundo, achou que era bom. 

Que diria ele agora?"

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Os 8 mendigos que tomavam o café da manhã na padaria do velho lusitano, estavam indignados e em luto por saberem da morte de Albert Woodfox, lá nos Estados Unidos, depois de passar 43 anos mantido numa solitária, pelo assassinato de um policial branco, (crime que ele nunca admitiu).

Ninguém mais ignora que todo esse tempo passado numa solitária é suficiente para alterar o DNA até de uma pedra... 



quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Carta aos compadres e ao rebanho idólatra...

"A arte do governo é a organização da idolatria. A burocracia se compõe de funcionários; a aristocracia, de ídolos; a democracia de idólatras. O selvagem se curva diante de ídolos de madeira e pedra; o homem civilizado, diante de ídolos de carne e sangue. Quando o ídolo de madeira não atende à prece do camponês ele o fustiga: quando o ídolo de carne e sangue não satisfaz ao homem civilizado, ele lhe corta a cabeça... São igualmente idólatras aqueles que matam um rei e aqueles que morrem por ele..." 

B.Shaw.

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Os animadores de platéia  estão novamente excitados e ansiosos para divulgar e ler a Nova Carta que faz apologia da democracia e que deve sair do prelo ainda hoje. 

Se a da semana passada que causou frenesi entre os mesmos compadres, foi a dos banqueiros, esta - dizem - será de outra casta, e as duas clamando viva e artificialmente pela democracia. Tudo bem... tudo bem! Quem é que, nesta altura dos acontecimentos, se atreveria a ser contra a tal democracia? Não é verdade? Ser contra o "poder do povo, com o povo e para o povo"?!

Mas é importante prestar atenção num detalhe: neste momento e nas condições sociais em que nos encontramos, a democracia é verdadeiramente crucial para quem? Ora, apenas para as confrarias de endinheirados e de escravocratas, essa turma travestida de patriotas caridosos e indulgentes ... Democracia? Ora! Vá até a esquina de tua casa nesta quinta-feira (sem carro blindado e sem guarda-costas) para ver o que esses ilustres magnatas pretendem preservar e continuar chamando de democracia. 

Exemplo: Imaginem que se resolvesse fazer apologia da democracia num canil onde, no mesmo pátio, convivem 5,6 pitbulls, 3,4 Golden, e mais uns vinte ou trinta cuscos, guapecas e vira-latas de menor porte, recolhidos na rua, doentes, sub alimentados e com um histórico de abandono. Entendeu? 

A manutenção do Status Quo e da tal democracia num ambiente social tão assimétrico e tão povoado de ladrões, trapaceiros e de miseráveis como o atual, interessa a quem, meu amigo e trapaceiro cara pálida?

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

JINWAR: Uma aldeia na Síria, só de mulheres (Ver El Pais - Madrid, hoje)

 





“¿Cuántos años crees que tiene mi madre? Mira qué guapa es”, pregunta Ciya, un niño vivaracho, mientras teje pulseras de colores en una cama en la esquina de una gran habitación. “Tengo 28 años y he pasado por muchas cosas”, dice Zeynep, de Gewer, en el norte del Kurdistán, sentada mientras sirve bebidas de una humeante tetera de plata. “Solo tenía 15 años cuando fui casada con un hombre 20 años mayor que yo, que me encerró en casa para hacer de trabajadora doméstica”, asegura, colocando un cuenco de caramelos sobre una alfombra.

“Ni siquiera sabía cómo nacían los bebés hasta que un día descubrí que estaba embarazada. Nació Ciya y no tenía ropa para los dos. No sabía hacer nada, excepto pegar a mi hijo: lo había aprendido de las palizas que me daba mi marido. Al fin y al cabo, yo también era una niña”. Un velo de tristeza empaña la mirada de Zeynep. “Cuando hui a Maxumur, en el sur del Kurdistán, quise suicidarme. Estuve a punto de dar a mi hijo en adopción, pero me lo replanteé gracias al apoyo de algunos amigos y amigas que conocí durante esos meses”, recuerda mirando con cariño a Ciya. “¿Cómo dejar una parte de mi corazón?”.

Entonces Zeynep se enteró de que en el noreste de Siria había nacido Jinwar, una aldea ecológica donde mujeres y niños llevan libremente una vida comunitaria. La palabra “jinwar” significa en kurmanji “tierra de mujeres” y se inspira en la jineolojî: la ciencia de las mujeres teorizada por el líder kurdo Abdulá Ocalan, que reclama una sociedad libre de patriarcado. “Aquí me he vuelto a encontrar a mí misma, y ya no me veo a través de los ojos de un hombre que solo es capaz de denigrarme. Sé que puedo salir adelante por mí misma y tengo muchos intereses, como la jardinería y la costura”, explica Zeynep. “Nunca me iría. Todas las mujeres merecen una segunda oportunidad para ser felices”.

Mujeres en el frente

Sobre Jinwar, en el cantón nororiental de Hasaka, el cielo parece un manto de estrellas y el estruendo de los disparos de armas pesadas y artillería rompen el silencio de la noche. A pocos kilómetros, desde los territorios sirios ocupados por Erdogan desde 2019, las milicias sirias vinculadas a Turquía y el ejército de Ankara atacan a diario la ciudad de Tel Tamer y los pueblos cercanos al río Khabur, a lo largo de la carretera internacional M-4.

Zilan Tal Tamr forma parte de las Unidades de Protección de las Mujeres (YPJ) y es comandante del consejo militar de Tel Tamer (que forma parte de las Fuerzas Democráticas Sirias, las milicias kurdas). “El contexto patriarcal de la sociedad dificultó inicialmente la presencia de las mujeres junto a los combatientes masculinos”, reconoce. “Sin embargo, la comunidad pronto aceptó este proceso, y hoy somos uno de los principales componentes en la batalla contra la ocupación”, afirma. “En el noreste de Siria somos activas en todos los ámbitos sociales, no solo en el militar, y luchamos por la igualdad de género que favorece todo el proceso revolucionario”, proclama.

La zona de Tel Tamer está habitada por sirios, cristianos asirios (uno de los primeros pueblos en convertirse al cristianismo en el siglo I), kurdos y árabes que fueron masacrados por el avance del Estado Islámico en 2015. La línea del frente está a pocos kilómetros de la colina que domina la ciudad. Allí, una iglesia emerge entre algunas casas. Es la única que queda en pie, dice Nabil Warda, portavoz de la milicia asiria Guardas de Khabur. “Hemos dado cobijo a cincuenta familias que huían de aldeas atacadas por los turcos. Quieren eliminar la presencia sirio-asiria de la zona. Estamos dispuestos a proteger a toda la comunidad hasta la última gota de sangre”.



Una aldea autogestionada

La brisa fresca del atardecer roza las espigas de trigo en torno a Jinwar. Una mujer habla en voz alta desde una casa con telas multicolores abandonadas por todas partes, entre máquinas de coser y retales: “¡Despacio con ese pedal! Eso es, ¡buena chica!”, anima a una compañera.

Amara, una joven vecina, recuerda cómo el 8 de marzo de 2017 pusieron la primera piedra del pueblo. Jinwar abrió sus puertas un año después, el 25 de noviembre, coincidiendo con el Día Internacional de la Eliminación de la Violencia contra la Mujer. Las casas están hechas de arcilla, según la tradición, para que sean frescas en verano y cálidas en invierno. Las nuevas habitantes construyeron 30 viviendas con la ayuda de vecinos, explica. Y continúa: “Hace diez años, las mujeres desempeñaron un rol fundamental en la revolución. Desde entonces, en esta parte de Oriente Medio, muchas de ellas no obedecen las órdenes de su padre o de su tío, piden el divorcio y estudian”. También se han abierto Mala Jîne –casas de mujeres– para debatir problemas de igualdad de género.

Jinwar es casi autosuficiente: en sus campos se cultivan olivos y albaricoques, hornean hornean pan, y han creado una cooperativa agrícola, señala Amara mientras recorre la avenida que conecta el grupo de casas a la escuela, la granja y la clínica de medicina natural. En este camino polvoriento, tres chicos jóvenes montan una bicicleta dorada mientras bromean entre ellos. Aquí me he vuelto a encontrar a mí misma, y ya no me veo a través de los ojos de un hombre que solo es capaz de denigrarme... 

(Ver matéria completa no jornal El País, de hoje)





terça-feira, 2 de agosto de 2022

Piromaníacos e incendiários... E lá na California... como se fosse um Pantanal... ou uma Amazônia...


 "Os amores infelizes constituem uma das causas fundamentais da piromania. O individuo que não é correspondido e é repelido, começa a odiar toda a sociedade e tem necessidade de realizar algo que atente contra a moral e a autoridade. (...) Confirma-se assim que o álcool abre às vezes as portas do paraíso sexual e outras vezes as fecha, e que o onanismo permite ao sujeito dar livre curso ao seu instinto sexual. Se o sujeito for privado do onanismo (ainda que por auto proibição) o impulso de masturbação se transforma em impulso incendiário..." 

(W. Stekel, Atos Impulsivos, p 354).