domingo, 26 de agosto de 2018

Uma prova de que os livros, até agora, não serviram para nada...

Hoje é o último dia da Bienal do livro aqui na cidade. Editores, livreiros, mascates, oportunistas, autores, camelôs, titias contando historinhas, poetinhas histriônicos cacarejando em seus pedestais, trambiqueiros e etc, se reuniram durante uns quinze dias no Centro de Convenções. A entrada é gratuita, mas... antes de entrar é necessário dedicar uns 15 minutos para "fazer um cadastro"... 
Até aí, tudo bem, mas o que é  enfurecedor para um homem de 68 anos é ver que a via em frente ao evento, que sempre esteve liberada para carros, durante esses15 dias ficou (misteriosamente) interditada com cones, com carros da polícia, sirenes, guinchos e etc. 
Por quê não querem que se estacione ali?
Seriam inimigos dos organizadores da feira? Querem sabotá-la? 
Teria havido algum conflito entre os barnabés da cultura e os barnabés da justiça?
Odeiam livros? 
Precisam apresentar serviço para não ingressarem nas estatísticas dos desempregados? 
Depois de conseguir estacionar a umas duas léguas do local, tentei saber a lógica da coisa com o chefe da polícia e claro, com a mão sobre o coldre e com uma coreografia de general da Gestapo transferiu a responsabilidade a outro chefe ainda maior que, se estivesse lá, colocaria a responsabilidade no governador que, se estivesse lá acusaria o Ministro dos transportes, e este a São Cristovam e etc... 
É evidente que há um transtorno mental cultural subjacente a coisas desse tipo. Um masoquismo, uma necessidade de punir-se e de evitar o gozo, o próprio e o dos outros, a todo custo, por mais pequeno e superficial que seja. Tentei - só por curiosidade psico-antropológica - falar com o organizador da feira, mas todo mundo parecia querer blindá-lo e poupá-lo. Os vendedores, ao invés de se manifestarem, preferiam ficar lá, como escravos, mudos e em pé diante de pilhas de livros, coçando o saco e o rabo, esperando os "clientes" que não chegavam porque não tinham onde estacionar... 
E, repito, não faço isso por ser um velhote ranzinza, resmungão e rabugento, muito menos por amor à espécie e a ordem.., mas por puro instinto investigativo. Por uma curiosidade doentia, por tentar saber o quê teria acontecido com essa gente? E o por quê dos livros e da lógica até agora, não terem servido para nada...

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