Hoje é sábado! Da Estação Termini para ir à Estação Lepanto (ao Vaticano) ou se toma o metrô direção Batistini ou se vai com o ônibus 64, um mais lotado do que o outro e onde se tem a oportunidade de sentir o hálito (mau) de gente do mundo inteiro. O bafo de onça é geral! Sem falar dos outros cheiros, claro. E nestas circunstâncias, como não lembrar daquele general brasileiro que confessou publicamente preferir o cheiro dos cavalos ao de sua espécie? Apesar de ser um general, tinha razão! E por falar em hálito, nada é pior no mundo do que o bafo de cerveja ou de vinho misturado com nicotina…
Ao chegar no Vaticano, não importa quantas vezes já se esteve por aqui, a primeira coisa que nos vem à memória é Benares. Só faltam os leprosos, os crematórios e um Ganges… Freiras e padres apressados pelas calçadas e por entre as colunas, beatos e convertidos de todas as confrarias, policias armados, espias disfarçados de noviças, mendigos, vendedores de todo tipo de merdas se acotovelam e se apalpam sagradamente no mais exótico e inesquecível teatro transcendente. E que não se estranhe se até os antigos agentes da KGB agora trabalhem para o papa… Todos fingem fugir da câmera, mas no fundo alimentam a fantasia narcisista de, amanhã, aparecerem na capa principal de um jornal, seja do NYT ou na da tribuna de Anápolis. Tropa de vagabundos metafísicos! Um exotismo: uma pomba branca deu um rasante por onde eu estava fotografando um casal de japoneses que fazia uma self e cagou sobre minha lente. Com certeza é a mesma que recentemente pousou na mão do papa Francisco .
E a fila para a Basílica e para ver os afrescos da C. Sistina!
Muito maior que a que se pode ver na Praça Tian anmem (China) para ir dar uma olhada no cadáver de Mao Tsé Tung!
Quanto à abóboda da Capela Sistina, sem nenhuma ironia, conheci um pintorzinho de calçada em Pirinópolis, um pobre analfabeto das montanhas de Goiás, que colocaria Michelangelo no bolso…
Enfim, o que é curioso mesmo, é que parece que quanto mais se denuncia a igreja por roubalheiras e por pedofilia, mas popular ela se torna. E que não há mais dúvidas de que somos uma espécie que quanto mais é enrabada pelo Estado e pela Igreja, mas patriota e mais religiosa se torna...
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