Quem assistiu à sessão de hoje à
tarde no STF que dava continuidade ao julgamento do mensalão, se ainda tinha
alguma esperança, não apenas na justiça, mas no país, a perdeu definitivamente.
Não é possível que aqueles senhores, todos de "reconhecido saber" e
indicados pela Presidência da República, com suas longas e sofisticadas
trajetórias, não consigam sequer administrar com objetividade uma reunião
daquela natureza, eleger um método eficiente e prático para definir a tal dosimetria
das penas, fazer uso assertivo e adequado da linguagem (consciência das palavras) e decidir
definitivamente questões sobre as quais estão debruçados há décadas...
Assistindo a todo aquele bacanal de ideias,
aquele lero-lero de suposições, de idas e vindas, de gentilezas e de coices é de
se supor que os réus, que com certeza também estão a espreita, e evidentemente
bem mais angustiados e interessados no assunto do que nós, vislumbrem naquela
fraqueza e naquela dubiedade toda, tanto a possibilidade surrealista de virem a ser
absolvidos e até mesmo indenizados, como a possibilidade trágica de pegarem uma condenação
que os obrigará a apodrecerem atrás das grades... Se aqui no STF é assim,
imaginem como deve ser a instância correspondente lá nos estados e lá nos
cafundós medievais desta república...
Insisto: toda essa problemática de
personalidade que está sistematicamente presente entre nós, seja entre a
"nobreza" ou entre a "plebe", entre os "eruditos" ou entre os "analfabetos" é algo estrutural, engendrado
ainda lá no primeiro grau. Portanto, se se deseja diminuir futuramente o fiasco, é necessário e com urgência, substituir a
pobre "titia" por Mestres de verdade e as baboseiras dos pobres Santo Antônio e Chico Xavier
pelas lições elementares de Poincaré e de Descartes...
Gosto muito da forma como redige e conduz os seus textos!
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