Esta pichação reapareceu na parada de ônibus da 209 norte, no dia seguinte à aprovação do acordo entre o Estado brasileiro e o Vaticano
Assistimos nesta semana aquelas centenas de “picaretas” aprovando o “acordo” firmado entre o Estado brasileiro e o Vaticano, acordo que é um salto para trás nas pretensões humanóides de qualquer República láica. Ato desonroso e obsceno para não falar novamente em cafajestada. De nada adiantou o Marquêz de Pombal já lá no século XVIII e depois a Revolução portuguesa de 1910 terem expulsado a igreja dos domínios do Estado. Ela voltou. O ditador Salazar em sua época e agora o Lula escancararam-lhe novamente as portas. E não adianta uma minoria esclarecida choramingar e nem espernear. Está mais do que evidente que somos uma cambada que só se dá bem no obscurantismo, na superstição, na charlataneria, e que não sabe mover-se sob a luz. O iluminismo? Pura demagogia. Não combina com os trópicos. Deixar os abutres da metafísica atuarem nas escolas não é apenas um crime, é uma indecencia. Induzir crianças a uma religião, a uma fé ou a uma metafísica é uma barbaridade semelhante a da pedofilia. Da mesma maneira que as crianças ainda não têm estrutura mental e nem elementos psíquicos para administrar a sexualidade, também não as têm para compreender a baboseira do além. E depois, observem como no princípio, quando o doutrinado ainda está “falando com Deus” todos o toleram e até o incentivam nesse exotismo, mas que quando ele começa a comunicar a seus doutrinadores que “Deus passou a falar com ele” então é imediatamente internado num manicômio. Que desafio para nossa paciência termos que nos acotovelar diáriamente com esse tipo de gente! Só nos resta apostar nas palavras de Gohar, o mendigo egipcio que dizia: "num mundo desprezível, até os micróbios perdem a virulência".
Ezio Flavio Bazzo
Ezio Flavio Bazzo
Religião e Estado, assunto tão controvertido quanto polêmico mas no fundo Religião e Estado se equivalem, quando construídos com a mesma matéria prima - dominar, submeter, conquistar para uma pseuda vida plena. Nas religiões humanas ao longo de nossa história, de vez em quando encontramos um laivo do divino, mas este, é logo afugentado pelo homem.
ResponderExcluirquanta covardia! nem a religião assume que sempre foi a alma do estado [claro, quão difícil, da noite para o dia, tornar-se laico um cretino religioso que acaba de assumir um cargo público?]. nem o estado assume que sempre foi corpo da religião [claro, quão difícil, da noite para o dia, tornar-se plural e relativista uma estrutura cujo modelo foi sempre a da supremacia de um deus único onipotente, onipresente e onisciente?]. quantas gerações ainda terão que ser queimadas? por quanto tempo os adultos ainda sacanearão as crianças? criando princípios sem razões e habituando-as até a fé. fazer com que adotemos, desde a infância, religiões e estados sem razões em prol do hábito, é realmente um estupro.
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