O delírio e a teatrada relacionada ao tal do pré-sal foi tão evidente hoje a tarde aqui na capital, que as ações da Petrobras ao invés de subirem, cairam. Os mais velhos não se esquecem que o mesmo teatro foi encenado na época do “Petróleo é nosso”. Lá também quatro ou cinco “estadistas” delirantes juraram de pés juntos que se estava às portas do paraíso e que, dali para diante, seria fácil, com os dividendos provenientes dos poços de petróleo emancipar as escorias e os indigentes. Neste meio século alguém testemunhou alguma mudança? E depois, não precisa nem ser um adivinho para saber que o petróleo - já usado pelos bárbaros há quatro mil anos antes de Cristo - e mesmo os biocombustíveis, são recursos energéticos arcáicos e obsoletos, combustíveis sujos, incompatíveis com nossos alvéolos pulmonares e com a atualidade tecnológica. Não é preciso nem ser um profeta para saber que quando as bombas, os canos e aquelas parafernálias todas, finalmente, forem instaladas lá nas profundezas do mar para sugar para a superfície aquele “ouro negro” e aquela porcaria fóssil e poluente o mundo todo já estará sendo movido a células de hidrogênio ou a baterias elétricas. Quatro ou cinco países – confessadamente - já estão com tudo disponível. Portanto, ao invés de se investir em plataformas, em refinarias, em postos de gasolina, em frentistas e em castelos de fumaça bem que se poderia investir em inteligências, em cérebros e em pensadores. Qualquer eletricista de fundo de quintal sabe que daqui para diante os carros, os trens, os navios e os aviões funcionarão meses inteiros movidos apenas por uma única bateria do tamanho de uma caixa de fósforos. Para estancar as lamurias dos ufanistas, quem sabe, se aproveite o sal?
Ezio Flavio Bazzo
Ezio Flavio Bazzo
Caro Bazzo, estamos ainda com o pezinho no século XX e olhos pregados no que já ficou para trás. Ainda por cima nos vangloriamos de possibilidades que nunca acontecem ou acontecerão. Dirigentes míopes para não dizer cegos, país esfacelado, pessoas sem amanhã. A esperança posta de lado todos dias em cada esquina do Brasil. Excelente seu artigo!!
ResponderExcluirgostei, "ao invés de se investir em plataformas, em refinarias, em postos de gasolina, em frentistas e em castelos de fumaça bem que se poderia investir em inteligências, em cérebros e em pensadores". infelizmente estas não são razões de nenhum estado. talvez seja de uma ou outra corporação. tudo o que se põe aos olhos são sempre um número mínimo de possibildades. como se o horizonte de visão fosse apenas o restrito ao olho do cú. sendo assim, a mensagem do governo brasileiro resulta em um tempero infalível!: pimenta e sal no nosso cú e refresco.
ResponderExcluir"Inteligência, cérebros e pensadores..." Eles só investiriam nisso, se tivessem certeza de que teriam um bom lucro financeiro em pouco tempo, caso contrário, tudo isso não serve para nada, infelizmente... Tive a felicidade e a oportunidade de trabalhar em uma equipe multidisciplinar de pesquisas em que traçávamos cenários prospectivos para o país para 10 e 20 anos. Exceto nós mesmos, pesquisadores,todos viam a secretaria apenas como um "slogan" para pronunciamentos e propaganda política do Governo, e a única coordenação em que "eles" tinham interesse era a financeira/econômica, e ficavam frustrados quando solicitavam alguma "informação específica", e essa vinha dentro de um contexto holístico, afinal o resultado era uma consistência interdisciplinar, pois o input de uma variável em uma determinada área afetava todas as demais (visão sistêmica)... É, mas "eles" só se interessavam pela receita, ou melhor, arrecadação, talvez para saber quanto sobraria para os seus bolsos...
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