o escritor imaginativo não é livre quando o forçam a falsificar os seus sentimentos subjetivos que, do seu ponto de vista, são fatos. Consegue distorcer e caricaturar a realidade para tornar mais clara a sua mensagem, mas não é capaz de deturpar o seu próprio panorama mental - não é capaz de afirmar com convicção que gosta de uma coisa de que não gosta, ou que acredita em algo em que não acredita realmente..."
George Orwell.
Chove. Um tornado destruiu o acampamento de ciganos numa localidade conhecida por Cerro do bruxo (Faro).
Quê porra de bruxo é esse que não previu o sinistro e que não fez o vento parar? É o que todos se perguntam. Mas não adianta ficar rosnando e enchendo o saco do mundo com reclamações: na pós-modernidade nem os ciganos não são mais os daqueles tempos...
Em qualquer lugar do mundo, durante essas borrascas, o que mais se deseja encontrar é um daqueles andarilhos indianos ou chineses que vendem guarda-chuvas. E eles sempre aparecem. Do nada. Como fantasmas. Assisti a um velhinho ali no alto do Chiado que depois de passar meia hora embaixo de uma marquise esperando a chuva passar foi abordado por um desses malandros. 6 Euros. Meio tremulo contou com dificuldade as moedas que tirou de uma bolsa de plástico. O vendedor concluiu o negócio e sumiu. Dois minutos depois de abrir o guarda-chuva, uma lufada de vento o transformou em algo parecido a um coador de café. O velho resmungou num português de Camões, jogou o guarda-chuva no meio da rua e saiu caminhando, cambaleando e blasfemando no meio da borrasca. Pelo contexto da cena não tenho dúvida de que este será o último março e a última borrasca de sua vida... E la nave va...
___________________________________________
E as mulheres se preparam para a passeata de amanhã: GREVE INTERNACIONAL DE MULHERES, no Terreiro do Paço, às 18:00 horas. Com certeza estarão anunciando outra vez a "agonia de Eros"... como diria Byung-Chul Han.
Chove. Um tornado destruiu o acampamento de ciganos numa localidade conhecida por Cerro do bruxo (Faro).
Quê porra de bruxo é esse que não previu o sinistro e que não fez o vento parar? É o que todos se perguntam. Mas não adianta ficar rosnando e enchendo o saco do mundo com reclamações: na pós-modernidade nem os ciganos não são mais os daqueles tempos...
Em qualquer lugar do mundo, durante essas borrascas, o que mais se deseja encontrar é um daqueles andarilhos indianos ou chineses que vendem guarda-chuvas. E eles sempre aparecem. Do nada. Como fantasmas. Assisti a um velhinho ali no alto do Chiado que depois de passar meia hora embaixo de uma marquise esperando a chuva passar foi abordado por um desses malandros. 6 Euros. Meio tremulo contou com dificuldade as moedas que tirou de uma bolsa de plástico. O vendedor concluiu o negócio e sumiu. Dois minutos depois de abrir o guarda-chuva, uma lufada de vento o transformou em algo parecido a um coador de café. O velho resmungou num português de Camões, jogou o guarda-chuva no meio da rua e saiu caminhando, cambaleando e blasfemando no meio da borrasca. Pelo contexto da cena não tenho dúvida de que este será o último março e a última borrasca de sua vida... E la nave va...
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E as mulheres se preparam para a passeata de amanhã: GREVE INTERNACIONAL DE MULHERES, no Terreiro do Paço, às 18:00 horas. Com certeza estarão anunciando outra vez a "agonia de Eros"... como diria Byung-Chul Han.
bazzo estou lendo o "Fábrica de Mentiras" que você se referiu em outro texto. O mais irônico é ele ser editado pela Globo. ahhahahahahah
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