segunda-feira, 2 de outubro de 2017

A música, o cérebro e o atirador da Terceira Idade de Las Vegas...

Foi uma pena o atirador de Las Vegas ter "se matado" antes de ter revelado a  alguém, de preferência a algum neurologista o motivo que o levou a cometer aquela loucura. O que comumente se sabe é que na atualidade, a música, como uma epidemia, invadiu tudo. Das igrejas aos puteiros, das salas de dentista às sapatarias, restaurantes, cemitérios, cafés, borracharias, aviões, barcos, submarinos, viagens interplanetárias.., tudo está permanentemente contaminado por caixas de sons, rádios, televisões, computadores, ou até mesmo por shows ao vivo... Como se ninguém mais conseguisse viver sem essa babaquice. E são músicas que vão dos funebres réquiens de Bach ou de Schubert às tais baladas Country de churrascarias de beira-de-estrada e...essa idiotice toda mesmo quando se sabe que existem pessoas, muitas pessoas, que não gostam ou que até entram em surto psicótico com essa barulheira. Meu cachorro, por exemplo, um Lhasa Apso de 10 anos, quando ouve uma música Country dessas de beira de estrada se enfia em baixo do sofá, suas pupilas ficam dilatadas, seu coração parece estar lá no rabo...
e me olha como quem pergunta: quê neurose é essa companheiro? Essa barulheira aí é apenas para que ninguém mais faça contato consigo mesmo?
Talvez não tenha sido por acaso que Maomé ameaçou transformar em macacos e em porcos aqueles que se envolvessem com a música...  (Ibn Ma'jah Vol.5 Hadith No.4020).
Digo que foi uma pena que o atirador tenha "se matado" sem confessar seus verdadeiros motivos, porque sei que existem diversas patologias neurológicas associadas à música e que o senhor de 64 anos que, do alto de uma janela descarregou sua arma sobre a multidão, pode ter surtado após ter sido vítima de uma delas. Quem tiver interesse pode ver o livro do neurologista Olivier Sacks (ao lado), do qual menciono alguns itens, para os mais curiosos:

1. A epilepsia musicogênica em geral é considerada raríssima, mas Critchley conjeturou que talvez ela fosse notavelmente mais comum do que se imaginava. Para muitas pessoas tudo podia começar com uma sensação esquisita - perturbadora, talvez aterrorizante - assim que ouviam determinada música. Quando isso ocorria, essas pessoas, inevitavelmente se afastavam da música, desligavam-na ou tapavam os ouvidos para evitar um ataque.

2. Hoje temos um enorme e crescente conjunto de obras sobre os alicerces neurais da percepção e da imaginação das música, e nesse conjunto também se incluem trabalhos sobre os complexos e muitas vezes bizarros distúrbios a que essa percepção e imaginação estão sujeitas...

3.  Há muitos relatos sobre o início de inclinações musicais ou artísticas em convulsões do lobo temporal, e os que sofrem esses ataques também podem adquirir intensos sentimentos místicos ou religiosos...

4. Em 1937 Macdonald Critchley, um excepcional observador de sintomas neurológicos raros, descreveu onze pacientes seus que sofriam ataques epilépticos induzidos por música...

5. Arthur Brown e Henry Miller em sua descrição detalhada de um homem de 62 anos ( o atirador tinha 64) que repetidamente perdia a consciência quando ouvia o rádio exatamente às 8:59 horas da noite...

6.  A música explode em minha cabeça por cerca de dois minutos. Adoro a música; fiz minha carreira com ela, por isso parece certa ironia que a música também se tenha tornado o meu carrasco...

7. A capacidade de perceber (ou imaginar) música pode ser prejudicada por algumas lesões cerebrais, e há muitas formas de AMUSIA desse tipo. Por outro lado, a imaginação musical pode tornar-se excessiva e  incontrolavel, levando a incessantes restrições de músicas que não saem da cabeça ou até alucinações musicais.  Existem riscos neurológicos especiais "disturbios de habilidades que podem até afetar musicos profissionais"...

8. Algumas pessoas - um número surpreendentemente grande "vêem cores, "sentem cheiros"ou têm vários tipos de sensações tácteis quando ouvem música - e muitas encaram essa sinestesia mais como um dom do que como um sintoma...

9.  Talvez não seja só  o sistema nervoso, mas a própria música que contém algo muito singular - seu ritmo, seus contornos melódicos tão diferentes dos da fala - e sua ligação singularmente direta às emoções...

4 comentários:

  1. http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/mundo/2017/10/02/interna_mundo,630578/estado-islamico-reivindica-ataque-que-deixou-ao-menos-50-mortos-nos-eu.shtml

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  2. http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2017/10/1923607-quem-era-stephen-paddock-o-atirador-que-matou-ao-menos-58-em-las-vegas.shtml

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  3. http://infielatento.blogspot.com.br/2016/05/isla-proibe-musica-canto-instrumentos-musicais.html

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  4. https://www.youtube.com/watch?v=Iduh5kw1pMY

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