" A verdade deste mundo é a morte. Verdade que precisa ser encarada por uma humanidade fundamentalmente ocupada em fazer sua digestão..."
L.F. Celine
Na última vez que encontrei o mendigo K. ele me dizia que para conhecer o passado, o presente e o futuro de um povo basta conhecer seus cemitérios e seus rios.
Quem assistiu ao jornal televisivo desta manhã, viu o estado de um dos cemitérios de Planaltina: uma cidade que fica a uns 30 quilômetros da capital da república. Literalmente, não havia pedra sobre pedra. Mausoléus desmoronados, chapéus espalhados entre as covas, cruzes aos pedaços, camisas de vênus grudadas nas lápides, restos de maconha e de pó, lagartos hibernando sobre o cimento, atestados de óbito, camas de indigentes, restos de marmitas, a tampa de um vaso sanitário no meio dos amontoados de terra, uma calcinha tamanho P enfiada numa cruz, um baralho de tarôt ao lado de uma garrafa de cachaça, cobertores, nomes de mortos devorados por ratazanas... um verdadeiro depósito de carcaças e de podridão. A pergunta de todos os dias: qual é a fonte e a usina de todo esse auto-desprezo?
http://blogs.correiobraziliense.com.br/cbpoder/mafia-usa-radio-da-policia-civik-para-dar-lucro-a-funerarias/
ResponderExcluir