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Segundo a justificativa dos donos do negócio isto deve acontecer para viabilizar um número maior de "linhas", isto é: de negócios. De uns anos para cá se contaminou as massas de tal maneira com essa panacéia e com essa necessidade de cacarejar que a cada esquina, em cada bar, em cada janela, atrás de cada cortina e em cada portão de cemitério se pode encontrar um trouxa chorando ou gargalhando em seu pequeno aparelho. Falam de quê? Ouçam!: Puras bobagens! Choverá amanhã? O sol está derretendo também por aí? Tudo bem com a moradora de baixo? Estamos em abril ou em maio? Quando nos veremos novamente? Sabes quanto está o quilo de batatas hoje..? Amor! qual o melhor detergente para vidraças? Com alguns até tentando falar com os marcianos. E esses cacarejos não são breves. As vezes duram horas, já vi otários até falando em dois aparelhos ao mesmo tempo. E vão do nada para o nada, do fútil para o fútil e até mesmo do niilismo para o niilismo como se estivéssemos - como diz Baudrillard - experimentando o tempo e a história como uma espécie de coma profundo.
Enfim, apesar de ser um invento fantástico, quase uma artimanha de bruxaria, uma superação inesperada da espécie, seu uso obsessivo, associado ao status quo, cheira a alienação e a exploração. Aliás, sua própria invenção já foi coroada por uma fraude. O italiano de Florença (Antonio Meucci, 1860) que idealizou o primeiro aparelho, chamado então telégrafo falante, ao mudar-se para os EEUU e correr para registrar patente de seu invento, foi driblado por Grahan Bell que antes do florentino abrir os olhos, já havia lhe "roubado" a idéia e fundado a Bell Companyy...
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