sábado, 25 de abril de 2015

Xanxere, Chile e Katmandu: ou o planeta em cólera! Tufões, erupções, raios & terremotos...

Até o universo está em tédio e de saco cheio e, num piscar de olhos derruba e queima todas as idiotices e presunções terráqueas.  Além disso, fica cada dia mais óbvia a idéia de que, como escrevia Cioran: "Hay un notario en cada santo, un tendero em todo héroe, un portero en el mártir". E que "en el fondo de los suspiros se esconde una mueca; a los sacrifícios y a las oraciones se mezclan los vapores del burdel terrestre..." 
(P.167 - Breviário de podredumbre - Ed. Taurus, 1977)


             (Fonte: Le Monde)

Um comentário:

  1. MÔNICA PRADO TORRES27 de abril de 2015 às 12:32

    Sempre que assisto a um desses desastres lembro-me da minha avó materna... Uma mulher grande em todos os sentidos, com uma personalidade forte, e apesar da pouca instrução, uma pessoa visionária... A verdadeira MAMA que colocava todos os filhos, netos e bisnetos embaixo de seus enormes braços... Dei a sorte dela ser minha avó e madrinha, e passei longos períodos da minha infância com ela... Às vezes passeávamos juntas pela orla de Botafogo, Flamengo, Aterro; e ela se sentava em um dos bancos e me deixava brincando nos parques... Um dia ela me chamou e disse: - "Ouve pequena, ouve o que vou te falar: - Isso aqui tudo era terra e areia... Os homi vieram e jogaram asfalto em tudinho... Chegaram o mar para lá (apontado para o oceano)... Vai ter um dia que a natureza vem cobrar o que tiraram dela... E isso tudo aqui vai virar água novamente... Ouve pequena, ouve... ". Nessa época eu tinha uns dez anos de idade, mas já entendia claramente o que a Mama queria dizer... E com ela aprendi o valor de tudo que a natureza nos dá, sem cobrar; e o que o homem vem cobrar e destruir... Minha avó veio a falecer poucos anos depois por causa de um câncer, e durante todos esses anos eu vi acontecer muita coisa que ela havia previsto... Sempre que passo pelo Aterro do Flamengo fico pensando se o mar um dia virá buscar o que lhe foi tomado, e observo os enormes edifícios construídos na sua orla com toda pompa e ostentação... Já ouvi histórias que algumas dessas edificações foram construídas com reforços na época dos "conflitos" para abrigar as famílias de empresários, políticos e militares; mas será que são imunes a maremotos? : )

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