E já que se fala tanto em “democracia” não existe melhor imagem para representá-la do que esta: uma mulher com burka e uma com as tetas brancas ao sol compartindo o mesmo narguilê na Kendal Street, quase na esquina onde fica o Islamic Bank of Britain. Londres é assim, uma São Paulo com dois mil anos e que deu certo. Ou melhor: São Paulo é assim, uma Londres que deu errado. O Tamisa navegável e o Tiete abarrotado de mierda... O Museum Britanicum nos coloca cara a cara com a insignificância e com a brevidade. Recém tomamos consciência de algumas bobagens e já nos vamos... Precisariamos uns duzentos anos para chegar a ter uma noção mínima das coisas... A casa de Freud na Maresfield Gardens 20, foi literalmente amarrada por fora com umas cordas de navio. Qual seria o significado? É algo que pretende nos remeter ao Real, ao Imaginário ou ao Simbólico??? Saem resmungando os pastores freudianos. Lá dentro uns personagens esquisitos, inclusive do Brézil, todos meio paranóides, todos analisados e todos analisadores... Hoje meu almoço foi mais sofisticado, disputei um banco na Praça Blomsbury. Uma comida leve (de duas libras) e ao ar livre é a melhor coisa antes de ingressar no mundo indiscritível da National Gallery. Um povo tem que ter bagos para montar uma galeria como esta. Enquanto as crianças daqui vêm receber aulas sentadas diante do Cardinal de Richelieu (pintado por Philippe de Champaigne) as nossas vão a escola quase só para comer e para fugir aos tiroteios domésticos. E olhem que os políticos daí (pelo menos as últimas dez gerações) conhecem muito bem tanto o que acontece aí como o que acontece aqui). Enquanto procurava Caim e Abel, fui passando por Michelangelo; Sebastiano del Pombo; Mirabello; Dosso Dossi; Lorenzo Costa com seu A concert; Damiano Mazza com sua Ganymede de nádegas apetitosas; Jan Steen e seu The effects of intemperance; Cornelis Van Haarllen e seu Two followers of Cadmus devoured by a dragon; Gerrit van Honthorst, com sua Rainha da Bohemia etc, etc. É gozado que muita gente pintou São Sebastião e cada um colocou as flechas onde bem quis. Chega por hoje. Na rua os tais PUBS estão fervilhando. A palavra derivaria de pubis? Esses lugares têm um não sei quê das velhas pulquerias mexicanas onde só entravam machos e onde passavam horas vendo quem bebia mais e quem era mais agil na pistola...
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Notícias de Lilipute 3...
E já que se fala tanto em “democracia” não existe melhor imagem para representá-la do que esta: uma mulher com burka e uma com as tetas brancas ao sol compartindo o mesmo narguilê na Kendal Street, quase na esquina onde fica o Islamic Bank of Britain. Londres é assim, uma São Paulo com dois mil anos e que deu certo. Ou melhor: São Paulo é assim, uma Londres que deu errado. O Tamisa navegável e o Tiete abarrotado de mierda... O Museum Britanicum nos coloca cara a cara com a insignificância e com a brevidade. Recém tomamos consciência de algumas bobagens e já nos vamos... Precisariamos uns duzentos anos para chegar a ter uma noção mínima das coisas... A casa de Freud na Maresfield Gardens 20, foi literalmente amarrada por fora com umas cordas de navio. Qual seria o significado? É algo que pretende nos remeter ao Real, ao Imaginário ou ao Simbólico??? Saem resmungando os pastores freudianos. Lá dentro uns personagens esquisitos, inclusive do Brézil, todos meio paranóides, todos analisados e todos analisadores... Hoje meu almoço foi mais sofisticado, disputei um banco na Praça Blomsbury. Uma comida leve (de duas libras) e ao ar livre é a melhor coisa antes de ingressar no mundo indiscritível da National Gallery. Um povo tem que ter bagos para montar uma galeria como esta. Enquanto as crianças daqui vêm receber aulas sentadas diante do Cardinal de Richelieu (pintado por Philippe de Champaigne) as nossas vão a escola quase só para comer e para fugir aos tiroteios domésticos. E olhem que os políticos daí (pelo menos as últimas dez gerações) conhecem muito bem tanto o que acontece aí como o que acontece aqui). Enquanto procurava Caim e Abel, fui passando por Michelangelo; Sebastiano del Pombo; Mirabello; Dosso Dossi; Lorenzo Costa com seu A concert; Damiano Mazza com sua Ganymede de nádegas apetitosas; Jan Steen e seu The effects of intemperance; Cornelis Van Haarllen e seu Two followers of Cadmus devoured by a dragon; Gerrit van Honthorst, com sua Rainha da Bohemia etc, etc. É gozado que muita gente pintou São Sebastião e cada um colocou as flechas onde bem quis. Chega por hoje. Na rua os tais PUBS estão fervilhando. A palavra derivaria de pubis? Esses lugares têm um não sei quê das velhas pulquerias mexicanas onde só entravam machos e onde passavam horas vendo quem bebia mais e quem era mais agil na pistola...
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Amado Príncipe, eu adoro as suas críticas, mas poxa poderia aliviar os Pubs, afinal as pistolas foram trocadas por alguns jogos criativos, além de dardos, encontramos também alguns nerds jogando xadrex. Lógico, que depois de algumas horas se embriagando, surgem até reis e rainhas suicidas, depois de entregarem seus peões, cavalos, bispos e torres...rsrsrs...
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