Excuse me!!! Prá lá; Sorry!!! Prá cá. Thank you very much!!! para acolá.... Simplesmente uma compulsão cristã para não incomodar o Outro, ou todo mundo com medo de receber um cruzado no maxilar?
Quem quiser ter uma idéia do futuro próximo da espécie precisa entrar no Mac Donald’s aqui em Westminter, ironicamenter ao lado do Restaurante Zen, lá pelo meio dia. Terrível o festim de lambidas, grunhidos e de banhas em efervescência. Ou será que estou exagerando? Será que minha misantropia está cada vez maior? Procuro uma palavra para descrever a cena ignóbil do bando, da turba, da multidão, da horda que se desloca de um ponto turístico para outro e todas me parecem insuficientes. Do lado de lá da ponte o Parlamento e a Abadia, do lado de cá o MacDonald’s, a Roda Gigante, o Carrossel, Salsichas, um carrinho de Super Soft Ice e souvenirs a gosto. A frase dominante: Cash or charge? É o circo mais do que convenientemente montado. Dar uma mordida num Candy Floss, consumir e beijar-se felizes em plena Queen’s Walk com os olhos cravados no Tamisa... Cash or charge? O que mais o populacho poderia desejar? Votar, rezar, comer, divertir-se e ir para o cemitério não é tudo nesta vida? Cash or charge? É pequeno, muito pequeno o número dos donos do planeta, os Estados e as Corporações são seus esconderijos. O restante das massas são tratados com pão e circo, que hoje quer dizer: computadores, celulares, cartões de crédito, cosméticos, passeios, sex-shops e claro: COMIDA. E só um lembrete: O Brasil (e a América Latina inteira) precisarão, isto se acontecer um milagre, uns três mil anos para alcançar a organização e a lógica que há aqui.
E por falar em cemitério “almocei” hoje no Bunhill Fields, onde William Blake está enterrado em baixo de uma figueira. Muitos executivos, estudantes, madames e até homeless trazem suas comidas para devorá-las aqui nos bancos ao lado das tumbas. Não tem complicação: é só passar no Sainsbury’s que fica na frente (33, Holborn) comprar lá um sandwiche, um suco e uma sobremesa e vir para cá. Gastei 2 libras e almocei confortavelmente sentado no túmulo de Daniel Defou (1660-1731), o tal que escreveu Robinson Crusoé.
Enquanto devorava a sobremesa, uma das tipicas pacientes de Freud – que parecem dominar por aqui também - ajoelhou-se diante da tumba de Blake, (1762-1831) resmungou alguma coisa por uns minutos e nem deu a mínima para Defoé. Parece que alguns ossos valem mais que outros ossos. E digo isso apenas por dizer, pois nem sei direito se existe realmente algum osso aí ou se é pura armação dos ingleses para incrementar os negócios. Cash ou charge???
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