domingo, 3 de janeiro de 2010

São Paulo: de desvairada a inundada IV


A pantomima do Ano Novo acabou. Agora é só esperar pela do dia da Epifania do Senhor, pelo dia da Circuncisão, Carnaval, Páscoa etc. Entretanto, as periferias de SP e de outras cidades continuam inundadas, submersas em esgôtos e os morros desabando. Se uma simples chuvarada é capaz de causar tantos estragos, imaginem como deve ter sido o dilúvio! E os familiares das vítimas desmaiam sobre os caixões convictos de que toda essa barbaridade desnecessária e brutal foi a “vontade de um deus” hipotético e bestial. Atolados em alienação e em ignorância, não se atrevem a compreender e muito menos a responsabilizar o Estado e seus crápulas por nada.

É curioso que para receitar uma aspirina é necessário ser médico; para levar um ofício ao Ministério Público se tenha que ter diploma de advogado; que para somar 25+22 se tenha que convocar um contador e que para ensinar alguém a dar oito braçadas o sujeito tem que ter um título e até especialização, enquanto que para ser político (vereador, prefeito, deputado, senador, governador, presidente da república etc) não se necessita diploma de porra nenhuma. E foram exatamente esses merdas que, ao longo de quinhentos anos “mapearam”, “colonizaram” e ”urbanizaram” este país. Oxalá, daqui para diante, todos os tufões, raios e chuvas de canivete caiam sobre suas casas e sobre suas tumbas.


Ezio Flavio Bazzo

Um comentário:

  1. Eis aqui, transcritas em seu blog, palavras minhas!!!
    É exatamente assim que eu penso.

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