segunda-feira, 15 de junho de 2009

A mistificação da leitura e a biblioteca de Adolf Hitler


Cada dia vai ficando mais ridícula a idéia de que uma nação se faz com homens e livros, de que a leitura é tudo, de que os livros são nossos melhores amigos, de que com os intelectuais o mundo poderia ficar despreocupado, de que o prazer das crianças pela leitura salvaria a humanidade etc, etc e outras balelas do gênero. Por todos os lados há evidências de que isto não é verdade e de que os babacas, os analfabetos, os cretinos, os iletrados, os incultos e mesmo os que têm fobia por livros tendem a dar-se “social e economicamente melhor” nesse imenso bordel em que vivemos. Além do que, há um outro e sério agravante – mencionado inclusive pelo próprio Baudelaire: quanto mais o sujeito lê menos trepa. E por falar nisso, descobriram recentemente parte do acervo livresco de Adolf Hitler jogada nos porões da Biblioteca do Congresso em Washington. Dizem que o Fuhrer, apesar de sua cara de mocorongo, mantinha uma biblioteca particular de quase vinte mil exemplares dividida em cada uma de suas três casas: Berlim, Munique e Obersalzberg, sem falar dos milhares de títulos que ficavam no “Arquivo do Fuhrer” no subsolo da Sede do Partido Nazista. Segundo historiadores, o velho nazi - como seus principais generais - era obsessivo por leitura, lia um livro por noite e suas preferências iam da genética à fotografia, de Goethe a Robinson Crusoe, de Dom Quixote às Sagradas Escrituras. Se as teorias dos mistificadores da leitura estivessem corretas, - considerando a hecatombe social provocada por ele em sua época - imaginem o que esse sujeito poderia ter feito com a espécie e com o planeta se fosse apenas um analfabeto.

Ezio Flavio Bazzo

2 comentários:

  1. Ainda está para surgir uma psicologia real do personagem Adolf Hitler. Ele não era, acredito eu, essa pessoa extraordinária, sui generis, pela intensa crueldade e vilania que praticou (ou ordenou..). Acho que Hitler, no seu ítimo, tem muito mais em comum com o cidadão médio, com o pequeno-bruguês em geral, com um funcionário mediocre de qualquer repartição, do que supõe a nossa vã credulidade. A única coisa que o difere do homem comum seja talvez a sua capacidade admirável de encenação, a sua personalidade teatral, o seu histrionismo fatal. Some-se a isso uma dose maior de ressentimento, frustração, inveja e ódio (atributos encontrados em qualquer homem mediano) e teremos essa hecatombe da maldade, essa epilepsia diabólica.
    Fico imaginando, cá com os meus botões, o Hitler onanista trancado em sua biblioteca de 20 mil exemplares, tocando punheta para as mulheres que nunca comeu, obsessivamente...
    Humano... demasiado humano.

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  2. pois sim, ler é antes de tudo um acontecer, não um agir! a leitura é um efeito, não um ser! livros anarquistas jamais farão que o estado desapareça. os diários de motocicleta de che guevara jamais farão uma revolução. todas as bíblias, torás e alcorões do mundo jamais farão deus existir. o my camp de hitler jamais fará desaparecer judeus, negros, ciganos e homos da face do planeta. o zaratustra de nietzsche jamais parirá o "além do homem". o cérebro precisa dos genitais. como os samurais, a palavra nunca está separada da espada. o letrado não é uma espécie que lê bem. uma nação se faz sim é da patriotada patética e dos delírios de nacionalidade.

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