Frédéric Schiffter,
(IN: Contra Debord, p. 63).
Escandalizados com as infâmias e os massacres que acontecem lá na Palestina, quase ninguém se deu conta da gravidade das estatísticas reveladas pelo IBGE, referente à população atual aqui em nossa 'faixa de gaza':
"A maioria da população brasileira já é composta de
velhos e de mulheres".
Mesmo sem ser abertamente gerontofóbico e nem abertamente misógino, como não ficar com os cabelos em pé, diante do porvir?
O que será de uma sociedade com essas duas maiorias no comando? Com os velhos... naquela mitomania terminal (e cercados de idiotas por todos os lados), com a testosterona zerada; fazendo guerras; contabilizando a mentirada dos séculos; os fracassos e as decepções; pisando em nuvens, curtindo uma solidão irremediável e ainda por cima, esperançosos numa paz de cemitérios e confiantes na volta de Godot... E com as mulheres, depois de três mil anos de escravidão doméstica, parindo um 'eleitor' e um 'cidadão' atrás do outro (contra a vontade)? Depois de séculos indo-e-vindo do tanque à igreja.., e que agora, eufóricas, seduzidas por uma espécie de misandria, abandonam a posição de cócoras e vão para a ponta dos pés decididas a sair do claustro, mas sob a paranóia de, (sem muito eixo, sem muita identidade e sem muito equilíbrio, numa espécie de neurose de repetição), acabar, outra vez nos braços de outros messiânicos, no colo de uma cafetina ou num salão de lupanar???