sábado, 12 de janeiro de 2019

SHANZHAI... A China e a arte da falsificação...


[... Quanto mais grande é um mestre, mais vazia é sua obra...]
Byung-Chul Han (página 23)








Como declarou um chupatintas do governo anterior: Brasília continua sendo um autorama Stalinista
Por aqui NO PASA NADA! NÃO ACONTECE NADA! NÃO CRESCE NADA! NÃO SE CONCLUI NADA! As pistas deste autorama continuam cheias de buracos e em reforma permanente. O viaduto que caiu há um ano ainda esta no chão. A Biblioteca Demonstrativa está fechada para reparos há três anos. O Museu de Arte, acho que nem existe mais e os serviços em geral são de quinta qualidade... O que indica que no outro polo da fé e do beatismo generalizado existe um niilismo inconsciente e quase assustador. Um desprezo pela existência, pela vida e por si mesmos que resulta nessa inércia brochante e nesse masoquismo patológico. Quando a noite se apresenta os botecos vão se enchendo de uma maneira que lembra a época do teatro do absurdo. Os mesmos clientes, os mesmos garçons, os mesmos copos semi lavados... E os vendedores ambulantes que interrompem as falas e os tragos. Vende-se de tudo na noite. Além dos produtos que vão alterar o sistema nervoso central com mais rapidez que a cachaça, vende-se livros, pinturas, bolos, patuás, rosários, amendoim, vibradores, CDs e claro, muitas outras porcarias luminosas vindas da China. Porcarias que são embarcadas lá no porto de Shangai, que atravessam o mundo e chegam misteriosamente ali... E nunca falta um ou dois mendigos rebolando seus trapos ao som de um pagode e um ou outro poeta deprimido confessando suas próprias e insanáveis dores... Tudo condimentado por uma fake cordialidade... O vendedor amarrou ao redor da cintura umas luzes piscantes e na cabeça um massageador inox que lhe dá um ar de extraterrestre. Não compro nada, mas faço uma associação com o livro do coreano Byung-Chul Han, (em moda no ocidente) traduzido e publicado pela Editora Caja Negra, de Buenos Aires, que tem o seguinte título: SHANZAI: El arte de la falsificación y la desconstrucción en China. Um texto fundamental para entender não só a arte e a malandragem dos chineses de reproduzir e de "falsificar"absolutamente tudo, mas também o equivoco ocidental de acreditar que isso representa um mau caratismo chinês. Não. A lógica é outra. Hegel, o alemão que dizia identificar nos chineses uma tendência à mentira entendia que "tras la negatividad del vacio budista se esconde una nada nihilista. E isto - diz ele - la hace responsable de la "gran inmoralidad" de los chinos. La nada nihilista, plantea Hegel sin reparo alguno, no admite ningún compromiso, conclusión ni constancia. La nada nihilista se opone a cualquier Dios que represente la verdad y la autenticidad..." Ver página 12, do livro acima.

Nenhum comentário:

Postar um comentário