sábado, 13 de fevereiro de 2016

A décima primeira praga e os abutres...



Observem como basta uma nova (praga) epidemia (a décima primeira) alastrar-se por sobre uma região miserável do planeta (entenda-se América latina) para que os abutres de sempre já comecem a voar para lá... Chegaram até a reatar amizade, uma amizade que, por vaidade, egoísmo e ânsia de poder estava interrompida há séculos...
Por coincidência lia um texto de Machado de Assis sobre os parasitas da igreja quando me chegou esta foto de um correspondente cubano sobre esse exótico e surrealista encontro em Havana, entre os líderes de três grandes religiões.  

Confira o que escreveu Machado de Assis nas páginas 955 e 956, Obra Completa, Volume III, Editora José Aguilar Ltda, 1962:

[...O parasita ramifica-se e enrosca-se ainda por todas as vértebras da sociedade. Entra na igreja, na política e na diplomacia; há laivos dele por toda parte. Na igreja, sob o pretexto do dogma, estabelece a especulação contra a piedade dos incautos, e das turbas, Transforma o altar em balcão e a âmbula em balança. Regala-se à custa de crenças e superstições, de dogmas ou preconceitos, e lá vai passando uma vida de rosas.
A história é uma larga tela dessas torpezas cometidas à sombra do culto.
O parasita da igreja, toda a Idade Média o viu, transformado em papa vendeu absolvições, mercadejou as concessões, lavrou as bulas. Mediante o ouro, aplanou as dificuldades do matrimônio quando existiam; depois levantou a abstinência alimentar, quando o crente lhe dava em troca uma bolsa.
É um desmoronamento social. O parasita teve uma famosa idéia em embrenhar-se pela igreja. A dignidade sacerdotal é uma capa magnífica para a estupidez, que toma o altar como um canal de absorver ouro e regalias.
Assim colocado no centro da sociedade, desmoraliza a igreja, polui a fé, rasga as crenças do povo. Entra, todos o consentem, no centro das famílias, sem haver sacudido o pó das torpezas que lhe nodoa as sandálias. Dominou moralmente as massas, os espíritos fracos, as consciências virgens.
Esta transformação do parasita não tende por ora a desaparecer; a fogueira de J. Huss não queimou só o grande apóstolo, devorou também o vestíbulo desse edifício de miséria levantado por uma  turba de parasitas, parasita da fé, da moralidade e do futuro...]

J. Huss sendo levado para a fogueira


2 comentários:

  1. http://www.clarin.com/mundo/mundo_0_1522648131.html

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  2. ezio, esta aqui merece um post, da uma olhada vendedor de milho usa água de...olha o link, faz um post sobre isto, aqui é o Mendigo K aproveitando que o sinal da minha gatonét tá bom:

    https://www.youtube.com/watch?v=Ndg9uCuxaJM

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