Nos últimos dias, sempre que chega a madrugada um casal de gatos (ou um grupo) se embrenha em aventuras amorosas aqui por debaixo de minha janela e faz tremer as varandas do prédio com seus miados, não sei se de dor, gozo ou de sacanagem.
Já cheguei a ir até a vidraça com um dedo no gatilho, mas recuei. Afinal, quem é que não tem um amor especial pelos felinos? Acendo as luzes, coloco o adágio em G menor de Albinoni na radiola e espero. Quando tudo se acalma, penduro a carabina atrás da porta (como fazia meu avô) e volto para debaixo das cobertas
Segundo o artigo abaixo, escrito por Renato Grandelle e publicado no Globo no dia 29-01-2013, Os gatos matam até 3,7 bilhões de pássaros por ano nos EUA.
"Levados a praticamente todas as regiões do planeta pelo homem, o gato conquistou uma legião de adoradores e presas. O felino está entre as cem espécies invasoras que causam maior estrago no mundo. Suas garras contribuíram, mesmo que indiretamente, para a extinção de 33 mamíferos, aves e répteis em ilhas oceânicas, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza. Em áreas continentais, porém, seu impacto sempre foi negligenciado. Um estudo, publicado esta semana pela revista “Nature Communications”, dedicou-se a este levantamento. E mostra que os bichanos matam anualmente entre 1,4 bilhão e 3,7 bilhões de pássaros e entre 6,9 bilhões e 20,7 bilhões de mamíferos apenas nos Estados Unidos. Segundo a estimativa, cada gato americano mata 1.443 bichos por ano — ou 3,95 por dia. O número de aves predadas foi considerado o mais preocupante. Seria quatro vezes maior do que os registrados até hoje. Aves nativas do país, como o pisco-de-peito-vermelho, estão entre as mais ameaçadas pela fome felina. Na área continental dos EUA, há mais animais mortos pelos felinos do que por atropelamento, colisões com prédios ou envenenamento. — Os gatos são as maiores ameaças à fauna americana — revela Pete Marra, pesquisador do Instituto Smithsonian de Conservação e Biologia (SCBI) e coautor do estudo, que contou com a colaboração do Serviço de Pesca e Fauna dos EUA. — Esperamos que a grande faixa de mortalidade indicada por nosso levantamento convença os donos de gatos a mantê-los dentro de casa e alimentados. Gatos selvagens matam três vezes mais Além dos pássaros, a dieta dos bichanos abrange de ratos a coelhos, passando por esquilos. Os gatos ferais — que vivem soltos na natureza e dificilmente se adaptariam ao contato com humanos — são os que mais dependem da caça. Eles predariam até três vezes mais animais do que os gatos com dono. Marra, porém, ressalta que a mortalidade provocada por felinos como fazer um blog urbanos também é digna de apreensão. — Este levantamento deve servir de alerta para políticos, autoridades ligadas à preservação de animais e a cientistas para o grande perigo causado por estes felinos — enfatiza. Em regiões da Califórnia e do Canadá, por exemplo, gatos não podem viver fora de casa. No Brasil, porém, nenhuma política semelhante chama a atenção, mesmo com o crescimento anual de 8% da população de felinos. O país tem um bichano para cada nove pessoas. Ironicamente, as medidas restritivas são maiores contra o arquirrival dos felinos. Florianópolis chegou a aprovar um programa estipulando que cada cachorro deveria ser cadastrado na prefeitura e paramentado com um chip. Aqueles que não estivessem com o equipamento poderiam ser sacrificados. A lei não pegou. Bióloga do Instituto Hórus, especializada em conservação ambiental e no estudo de espécies invasoras, Michele Dechoum condena o descaso brasileiro com a matança promovida pelos gatunos. Para ela, a prioridade seria adotar medidas de controle do acesso a felinos em áreas de conservação ambiental e nas zonas de amortecimento — a faixa de aproximadamente dez quilômetros ao redor desses ecossistemas protegidos. — Tem gente que não dá comida e acha que o gato se vira, que é independente — lembra. — Quando falamos de manejo de fauna invasora, o principal obstáculo é a oposição da opinião pública. Não vou condenar o animal, mas é importante conscientizar o dono sobre o impacto que o bicho pode provocar. Como a diversidade de espécies é maior aqui do que nos EUA, estima-se que os felinos brasileiros teriam à sua disposição uma variedade de presas ainda mais relevante. — É difícil dizer se os gatos brasileiros predam os mesmos animais, e em uma quantidade maior, do que os americanos — lamenta Michele. O Reino Unido recomenta uma medida simples que reduziria o sucesso das emboscadas felinas — e, assim, o impacto dos bichanos à biodiversidade. De acordo com a Sociedade Real para a Prevenção de Crueldade contra Animais, uma coleira com um sino é suficiente para os gatos matarem 41% menos aves e 34% menos mamíferos do que os felinos sem o artefato".
"Levados a praticamente todas as regiões do planeta pelo homem, o gato conquistou uma legião de adoradores e presas. O felino está entre as cem espécies invasoras que causam maior estrago no mundo. Suas garras contribuíram, mesmo que indiretamente, para a extinção de 33 mamíferos, aves e répteis em ilhas oceânicas, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza. Em áreas continentais, porém, seu impacto sempre foi negligenciado. Um estudo, publicado esta semana pela revista “Nature Communications”, dedicou-se a este levantamento. E mostra que os bichanos matam anualmente entre 1,4 bilhão e 3,7 bilhões de pássaros e entre 6,9 bilhões e 20,7 bilhões de mamíferos apenas nos Estados Unidos. Segundo a estimativa, cada gato americano mata 1.443 bichos por ano — ou 3,95 por dia. O número de aves predadas foi considerado o mais preocupante. Seria quatro vezes maior do que os registrados até hoje. Aves nativas do país, como o pisco-de-peito-vermelho, estão entre as mais ameaçadas pela fome felina. Na área continental dos EUA, há mais animais mortos pelos felinos do que por atropelamento, colisões com prédios ou envenenamento. — Os gatos são as maiores ameaças à fauna americana — revela Pete Marra, pesquisador do Instituto Smithsonian de Conservação e Biologia (SCBI) e coautor do estudo, que contou com a colaboração do Serviço de Pesca e Fauna dos EUA. — Esperamos que a grande faixa de mortalidade indicada por nosso levantamento convença os donos de gatos a mantê-los dentro de casa e alimentados. Gatos selvagens matam três vezes mais Além dos pássaros, a dieta dos bichanos abrange de ratos a coelhos, passando por esquilos. Os gatos ferais — que vivem soltos na natureza e dificilmente se adaptariam ao contato com humanos — são os que mais dependem da caça. Eles predariam até três vezes mais animais do que os gatos com dono. Marra, porém, ressalta que a mortalidade provocada por felinos como fazer um blog urbanos também é digna de apreensão. — Este levantamento deve servir de alerta para políticos, autoridades ligadas à preservação de animais e a cientistas para o grande perigo causado por estes felinos — enfatiza. Em regiões da Califórnia e do Canadá, por exemplo, gatos não podem viver fora de casa. No Brasil, porém, nenhuma política semelhante chama a atenção, mesmo com o crescimento anual de 8% da população de felinos. O país tem um bichano para cada nove pessoas. Ironicamente, as medidas restritivas são maiores contra o arquirrival dos felinos. Florianópolis chegou a aprovar um programa estipulando que cada cachorro deveria ser cadastrado na prefeitura e paramentado com um chip. Aqueles que não estivessem com o equipamento poderiam ser sacrificados. A lei não pegou. Bióloga do Instituto Hórus, especializada em conservação ambiental e no estudo de espécies invasoras, Michele Dechoum condena o descaso brasileiro com a matança promovida pelos gatunos. Para ela, a prioridade seria adotar medidas de controle do acesso a felinos em áreas de conservação ambiental e nas zonas de amortecimento — a faixa de aproximadamente dez quilômetros ao redor desses ecossistemas protegidos. — Tem gente que não dá comida e acha que o gato se vira, que é independente — lembra. — Quando falamos de manejo de fauna invasora, o principal obstáculo é a oposição da opinião pública. Não vou condenar o animal, mas é importante conscientizar o dono sobre o impacto que o bicho pode provocar. Como a diversidade de espécies é maior aqui do que nos EUA, estima-se que os felinos brasileiros teriam à sua disposição uma variedade de presas ainda mais relevante. — É difícil dizer se os gatos brasileiros predam os mesmos animais, e em uma quantidade maior, do que os americanos — lamenta Michele. O Reino Unido recomenta uma medida simples que reduziria o sucesso das emboscadas felinas — e, assim, o impacto dos bichanos à biodiversidade. De acordo com a Sociedade Real para a Prevenção de Crueldade contra Animais, uma coleira com um sino é suficiente para os gatos matarem 41% menos aves e 34% menos mamíferos do que os felinos sem o artefato".
Este é o único defeito dos nossos gatos: matar os pássaros no jardim...a ideia da coleira com o sino é muito boa!
ResponderExcluirApesar de ser uma traição aos gatos...
ExcluirOlha eles aí...
ResponderExcluirhttp://veja.abril.com.br/noticia/mundo/leopardo-invade-colegio-na-india-e-deixa-tres-feridos
Minha filha também disse isto, que a coleira é uma traição aos gatos e a natureza!! Gatos ou pássaros... eis a questão.
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