Era previsível que o mendigo K.,
estaria hoje na fila para ver as pinturas de Caravaggio expostas num dos salões
do Palácio do Planalto... O vi de longe que falava com o casal inquieto que ia a
sua frente...
- Gosto de Caravaggio - dizia - porque em sua
biografia há muitas brigas e até mesmo um assassinato e porque morreu com menos
de 40 anos...
É o meu pintor preferido porque colocou os mendigos, as putas, os ciganos e a
escória humana em cena... Entre toda a corja de pintores de sua época foi o
mais arruaceiro, o mais bandido e o mais herege... Além do pincel, esse demônio
do "tenebrismo" manejava com maestria e sapiência também a espada...
Gostava de levar seu cachorro no colo e parecia ter fascínio pelo sacrilégio!
Chegou a mixar a cabeça da Virgem no corpo de uma prostituta que havia sido
retirada do rio Tibre sem vida... Morreu por um corte de espada e picado pelo
mosquito da malária...
O casal torcia para que a fila
andasse e, no auge da ansiedade, apenas coçava o nariz.
K., sabia muito bem o que era impertinência e mais ainda o que estava fazendo... E de Caravaggio pulou para a comilança de gatos no Peru, daí para os condenados do PT, daí para o chinês que embolsou o prêmio Nobel de literatura, daí para as máfias que disputam os cofres da prefeitura de São Paulo, daí para as dançarinas de Taiwan que fazem strep tease para homenagear seus mortos, daí para o tédio e a mesmice do cotidiano etc., etc.,... Levava no bolso uma pequena lista de fatos exóticos ocorridos pelo planeta afora... como se sentisse prazer em lembrar aos outros e asi próprio que a espécie humana é vil, volátil, nascisista e falsa, sem ontem, sem hoje e sem amanhã...
K., sabia muito bem o que era impertinência e mais ainda o que estava fazendo... E de Caravaggio pulou para a comilança de gatos no Peru, daí para os condenados do PT, daí para o chinês que embolsou o prêmio Nobel de literatura, daí para as máfias que disputam os cofres da prefeitura de São Paulo, daí para as dançarinas de Taiwan que fazem strep tease para homenagear seus mortos, daí para o tédio e a mesmice do cotidiano etc., etc.,... Levava no bolso uma pequena lista de fatos exóticos ocorridos pelo planeta afora... como se sentisse prazer em lembrar aos outros e asi próprio que a espécie humana é vil, volátil, nascisista e falsa, sem ontem, sem hoje e sem amanhã...
Os políticos, empresários, militares, executivos, e toda a corja que me colocou no exílio com o objetivo de me enlouquecer, agora está apreensiva... Estou há dezessete anos no exílio, e infelizmente, continuo mais lúcida do que nunca, porque tive tempo suficiente para ler, analisar e escrever o escárnio da humanidade. Depois que descobri que estava com um tumor maligno, coloquei em letras garrafais na minha baia: "Vou morrer mais lúcida do que nunca, e tudo o que vier a ser publicado após a minha morte terá total credibilidade". Na quarta-feira eu fiz um pequeno comentário de apenas de um dos casos que presenciei, no interior do Nordeste, quando trabalhei com pesquisas, na área social, na época em que estive requisitada na PR, antes do exílio... Todos os episódios devidamente registrados, e enviados para alguns correspondentes no exterior, e os babacas continuam a revirar o meu dormitório procurando "provas" e "evidências" que poderiam comprometê-los, só se eu fosse extremamente burra para guardar isso em casa, ainda mais sabendo como "eles" agem, mas creio que isso seja mais um pretexto para entrarem na minha casa, revirarem tudo, e roubarem bobagens, porque esses caras são muitíssimo medíocres, gatunos de baixíssimo nível. E os meus correspondentes já estão no terceiro volume, e eu só sinto de não poder ler os meus próprios livros, que serão publicados quando eu for para o meu descanso eterno, porque sinceramente, já estou cansada dessa merda de vida e desse mundo medíocre... Ha, se eu for antes de vocês, o título do primeiro volume será: POR TRÁS DOS BASTIDORES, onde eu narro tudo o que vi e presenciei, quando estava no Governo. Os volumes seguintes são todos os fatos, articulações e pessoas envolvidas no meu exílio, com direito de transcrição de gravações que fiz... Nenhum deles será publicado por essa indústria de editoras brasileiras que transformaram livros em moeda, mas com certeza, chegará ao Brasil...Caro Ézio, suas críticas lembram muitíssimo alguns casos que foram reais, parece até que você também "passou" pelo antro... Admiro muito o seu discernimento.
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