sábado, 1 de maio de 2010

Parada Disney, Nestlé e seus respectivos palcos...

Na semana passada foi a chamada Parada Disney que mobilizou milhares e milhares de famílias carentes e desvairadas de nossa periferia (quase medieval) para a Esplanada dos Ministérios. Hoje, Dia Internacional do Trabalho, foi a Nestlé (dona das vacas e do leite nacional) com o circo que está patrocinando. Bastava o sujeito comprar um sorvete, uma lata de leite, uma água ou qualquer outro subproduto com a marca da multinacional para ter direito a um ingresso grátis. Meia hora antes do previsto já não havia mais cadeiras disponíveis. Tanto as criancinhas “angelicais” como suas respectivas e ignorantes mamães estavam lá, de olhos arregalados e felizes a meio metro do picadeiro. O clássico circo & pão de outrora agora é circo e sorvete ou circo & iogurte. Foram-se os tempos em que tanto a Disney como a Nestlé eram empresas malditas e combatidas ferrenhamente pelos “revolucionários” da América Latina. Foram-se os tempos em que o dia do trabalho era naturalmente um dia incendiário. Hoje, parece estar todo mundo feliz na sua escravidão com seus carrões e com suas banhas. Só há circo e sorvete, música caipira, grupos gospel, histéricas com camisetas de seus times ou de seus heróis literalmente cegas para a psicopatia dos políticos que corre solta nos palanques. Por mais que os neófitos e os particularmente beneficiados com essa farsa esperneiem, é impossível seguir ocultando  que não há esquerdismo, revolucionarismo e até mesmo anarquismo que não seja facilmente sufocado com um “cargo de confiança” ou com um graúdo contracheque.

Ezio Flavio Bazzo

Um comentário:

  1. Graças a um herói - que antes precisou ser nomeado a isso, o 1° de maio instituiu-se o legítimo manifesto dos trabalhadores satisfeitos à tal condição.

    Os insatisfeitos, que se explodam em suas desafirmações nos becos e praças dedicadas aos infiéis profanos à lavra bem paga, seja com pão, sorvete ou iogurte. O circo bem cabe aos cães e suas mandadas manutenções de tudo no lugar, das focinheiras nos focinhos que não devem cheirar, feder ou morder.

    Agora se louva também a ignorância, e pior que ela, a subsequente omissão aos grilhões que nem sequer prometem o digno funeral sacramentado pelos tantos sorvetes, iogurtes, bandeirolas e jubilações psicopatológicas cedidas tão em boa vontade por nossa feliz população.

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