Ezio Flavio Bazzo
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
São Paulo: de desvairada a inundada II
Ezio Flavio Bazzo
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
São Paulo: de desvairada a inundada I
Ezio Flavio Bazzo
domingo, 20 de dezembro de 2009
Gorjetas, bacalhoadas, azeites e pugilatos homéricos entre os envolvidos.
Nas ruas e nos balcões todo mundo pedindo gorjetas.
- “Pode colaborar com a caixinha doutor?”
- Doutor um caralho! Se fosse com o caixão...
A palavra “gorjeta” parece ter vindo do francês, “gorge” = garganta. Tratava-se de uns trocados para o escravo “molhar a garganta”. O maior mérito tanto da antiga China como da antiga Cuba (comunistas) foi terem proibido a gorjeta. Costume perverso e pervertedor, engendrado pelo mundo capitalista – recitavam em coro o velho Mao e velho Fidel! Tinham razão. É essa complacência com a gorjeta e com a “caixinha” que vai descambar nos propinodutos e nas Caixas de Pandora.
Ezio Flavio Bazzo
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
A criação foi um engano e quem quer que tenha dito [Haja luz], um bufão.
Nos Evangelhos Gnósticos existe uma frase que cada dia passa a ser mais verdadeira: “a criação foi um engano e quem quer que tenha dito [Haja luz], um bufão”.
Ezio Flavio Bazzo
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Arbeit macht frei!
Sinceramente, apesar de meu anticlericalismo, prefiro o aforismo do bispo episcopal de Chicago, Gerald Burrill que escreveu: [A diferença entre a trilha rotineira e a sepultura é apenas a profundidade]. Ou então, o conceito de Ambrose Bierce, para quem, [o patriotismo é o primeiro refúgio do canalha.]
Ezio Flavio Bazzo
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Seja sincero: você não gostaria de também estar indo para Copenhague comer Smorrebrod?
Mas voltando a Copenhague. Todos nossos “porta-vozes” vão para lá com duas ou três páginas “ecológicas” no bolso do paletó escritas e revisadas por um tradutor juramentado. Uns com idéias mais transcendentes e revolucionárias que os outros a respeito do “clima”, da “preservação do planeta” etc, como se não tivessem nada a ver com os caixões de lixo hospitalar que encontramos diariamente por todos os lados, com a infestação criminosa de automóveis nas ruas, com a fumaceira dos escapamentos dos ônibus, com a falta de higiene elementar nos restaurantes, com a insalubridade nos ambientes de trabalho e com a ausência de esgotos na América Latina inteira, com o sufocamento bestial dos rios, com a ausência absoluta de atendimento à saúde mental no país e com a construção obsessiva de prédios em áreas verdes. Aqui em Brasília – por exemplo – os tratores já iniciaram a derrubada de mais uma área imensa de cerrado, a uns mil metros do Palácio do Buriti, para a construção de um condomínio grãnfino. Sim, os corretores estão até falando que será um modelo de moradia ecológica, e isto, com a conivência de todo mundo: civis, militares, políticos, ecologistas, padres, velhos, adolescentes, putas e freiras, ricos e fodidos, empresários, mendigos, bandidos e santos. Não tenho dúvidas que há na essência dessa passividade e desse desinteresse uma tendência imensa ao suicídio. E não foi por acaso que Leclerc, ao traçar o perfil psicológico do brasileiro escreveu: “toda a nossa sabedoria política se resume na resignação diante do fato consumado”. Que tragédia e que bosta!
Ezio Flavio Bazzo
sábado, 12 de dezembro de 2009
Lênin prometeu penicos de ouro aos soviéticos, Lula diz que quer tirar os pobres da merda...
Enfim, apesar do frenesi do consumo e da “disponibilidade atual de bens inúteis” nossa relação com os estrangeiros continua a mesma de 1500 ou de 1700: deslumbrados e de joelhos. E a imersão fecal mencionada pelo Presidente, parece ser, para milhões, ainda um destino atávico.
Ezio Flavio Bazzo
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Um mundo apaixonante de cavalos, éguas, asnos e jumentos...
Ezio Flavio Bazzo
ELEGIA AOS ANIMAIS...
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
CREIO, EXATAMENTE PORQUE É ABSURDO...
Só quem já viveu na Espanha pode imaginar a repercussão que esse fato deve ter tido na comunidade em geral, mas principalmente nos porões da Opus Dei. A Espanha, Portugal e Itália são os países europeus mais infectados por religiosidades. Apesar da beleza, da história, dos vinhos e da modernidade aparente, a vida privada e íntima naqueles países guarda muito do catastrofismo medievo e das choradeiras das catacumbas. É curioso que proíbem em coro o consumo de álcool, de crack, de cocaína, de maconha, o roubo, a infidelidade, a corrupção, o estelionato, o “caixa-dois” o canibalismo, a eutanásia, que proíbem dirigir bêbados, jogar lixo nas ruas etc, mas deixam qualquer demente inventar solenemente uma religião, abrir um templo e dopar ao bel prazer a seu rebanho. Sim, é curioso que o tabu da “liberdade de crença” ainda não tenha sido visto como um dos maiores absurdos civilizatórios, ele que dá legitimidade a todo tipo de crapulices e que coloca em risco, descaradamente, a integridade mental de nossas crianças.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Poeira de cocaína, pedregulhos de crack e raízes de arruda IV
Ezio Flavio Bazzo
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
O futebol e a reunião de Copenhague
Seria oportuno que a reunião de Copenhague não ficasse apenas nos banquetes e no blábláblá das emissões de carbono, dos peidos das vacas do Mato Grosso, das motos-serra do Amazonas, das chaminés das fábricas, dos agrotóxicos, do lixo hospitalar, da poluição dos carros etc., mas que incluísse o futebol entre os venenos que acabarão imbecilizando ainda mais e degradando gravemente o planeta e a espécie.
Ezio Flavio Bazzo
domingo, 6 de dezembro de 2009
ALFONSINA Y EL MAR...
http://www.youtube.com/watch?v=M_3Xcym37fE&feature=fvw
Ezio Flavio Bazzo
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Poeira de cocaína, pedregulhos de crack e sementes de arruda III
Ah! Há muita gente no mundo! Há muita gente nesta cidade! Os shoppings e as ruas estão entulhados. Muitas mães, com caras de retardadas, querendo a todo custo levar seus filhinhos e filhinhas para sentarem ingenuamente no “colo” do Papai Noel. Hooooohoooooohooooooooo!!!!! Hoooo! HOOOOooohooooo!
Ezio Flavio Bazzo
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
A poeira da cocaína, o pedregulho do crack e as sementes de arruda II
-Senhor! Senhor! Obrigado por fazer-nos corruptos! Por fazer-nos entender que só o dinheiro salva! Oh, Como és poderoso! Depois de ti só os pacotes de dinheiro! Tu que tens todo o poder do mundo, Oh, Senhor Amado, Aleluia, poupa-nos da polícia federal! Tu, em tua Onipotência, OH, Senhor, Aleluia! Aleluia! Sabes que roubamos para o bem das cidades satélites, para a salvação dos milhares e milhares de dejetos humanos que vivem na Extrutural, nos becos infectos, das castas subhumanas que lambem as nossas botas todas as manhãs quando chegamos aos nossos gabinetes. Senhor! Oh Senhor. Sabes que por nós o mundo seria diferente. Tu Senhor Todo Poderoso, Oh Senhor, que conheces nossa desgraça interior, defendei-nos dos invejosos e daqueles que querem o nosso mal. Amém. Aleluia!
Corruptos, corruptores, indignados e ingênuos vão às ruas. A idéia de um bode expiatório continua sendo uma grande panacéia. Apedrejar o corrupto fora-de-nós dá a ilusão de inocentar o corrupto dentro-de-nós. É por isso que os amigos e os outros partidos logo se afastam daquele que caiu em desgraça e pedem desesperadamente o seu aniquilamento. Quanto mais rápido for eliminado, melhor. É evidente que há algo mais do que simples moralismo ou simples eticismo nessa ansiedade e nessas manifestações. A corrupção e o sexo, - assuntos tão antigos como a espécie - incomodam tanto aqueles que os praticam como aqueles que são abstêmios. Alguns dizem até que a abstinência – nos dois casos – é mais perversa e mais libidinosa de que a prática. Já encontrei pessoas que defendem a corrupção até como forma política, antiestatal e de distribuição de rendas. Prática anárquica de sabotar o gigantismo estatal e o monstro descrito por Hobbes – dizem, justificando suas fortunas surgidas do nada. Os padres - que os ouvem e que os perdoam nos confessionários - dizem que é o demônio atuando através dos homens. Os advogados culpam as brechas da lei (lei que eles próprios engendraram). Os antropólogos dizem que essa prática é ancestral e que está na origem do ser. Os sociólogos insistem na ganância e na desigualdade social. A polícia acha que todo mundo é bandido mesmo e que diante de uma oportunidade qualquer um se corrompe. Mas as esposas e os filhos dos corruptos pensam diferente, consideram seus maridos e pais quase como super-heróis. Adoram ver as maletas, primeiro no porta-malas, e mais tarde, abertas sobre o criado mudo repletas de notas verdes. Algumas senhoras, como gratidão e felicidade, fazem impulsivamente um felatio ao herói, ainda engravatado. A boca tensa, os olhos cravados nas notas.
Ezio Flavio Bazzo