
Não se fala em outra coisa!
Os ex coroinhas e as freirinhas da mídia, (ziguezagueando perigosamente por entre vestígios de antigas depressões) não param de tagarelar sobre as Encíclicas e os feitos do Papa morto.
-Disse isto; sugeriu aquilo!
-Fez tal gesto aos repórteres; foi humilde até a humilhação; gostava de futebol; simpatizava com os peronistas; flertava com o marxismo; gostava de cães, como Trotski (lá no livro do cubano Leonardo Padura); tentou inutilmente emancipar as mulheres e dar-lhes o direito de 'rezar missas' e até namorou quando era mais jovem; abriu, mesmo que timidamente, os portões do inferno da pedofilia no reino das dioceses; teve uma parte do pulmão retirada; preferia Messi a Maradona. Deve ter ficado chocado ao ler o livro do jornalista francês, Fréderic Martel: No armário do Vaticano, livro que acusava o Vaticano de ser uma "organização gay" e de que "após celebrar missas em igrejas do Vaticano e pendurar as batinas, milhares de padres saem para curtir a noite gay de Roma". Mesmo assim, fingiu ignorar a Carta de São Paulo e deu fôlego aos homossexuais e, mesmo vivendo no interior de uma riqueza incalculável, teve a coragem e a hombridade de chamar atenção para a aporofobia e de fazer sistematicamente a defesa dos explorados, fodidos e miseráveis do mundo etc, etc, etc... Inclusive, gostava de passear pela Villa 31 e por outras favelas de Buenos Aires, conhecidas por "villas miséria" ou "villas de emergencia"... Mandou um rosário ao Lula, enquanto este estava preso; e, como bom portenho, ria secretamente das idiotices, dos cambalachos e das canalhices dos destruidores dos rios e das florestas amazônicas ... e, mesmo com medo da comunidade judaica, de vez em quando, reclamava dos bombardeios irracionais de Israel sobre as crianças de Gaza. Com certeza, mesmo com o volume no mínimo, deveria ouvir Oblivion, do Piazzolla, lá em seus últimos aposentos e, o mais fascinante, revelado hoje, pelo Clarin, era admirador da obra de J.L.Borges. Em sua recente autobiografia - segundo o jornal -, há este trecho estupendo, de autoria do famoso e cego bibliotecário argentino:
"Abel y Caín se encontraron después de la muerte de Abel. Caminaban por el desierto y se reconocieron desde lejos, porque los dos eran muy altos. Los hermanos se sentaron en la tierra, hicieron un fuego y comieron. Guardaban silencio, a la manera de la gente cansada cuando declina el día. En el cielo asomaba alguna estrella, que aún no había recibido su nombre. A la luz de las llamas, Caín advirtió en la frente de Abel la marca de la piedra y dejó caer el pan que estaba por llevarse a la boca y pidió que le fuera perdonado su crimen. Abel contestó: “¿Tú me has matado o yo te he matado? Ya no recuerdo; aquí estamos juntos como antes”. “Ahora sé que en verdad me has perdonado —dijo Caín—, porque olvidar es perdonar. Yo trataré también de olvidar”.
Morreu! Partiu para o nada... O resto é só esquecimento (oblívion...). Já que, como ele mesmo deve ter lido em Outras inquisiciones (Borges): "en verdad, solo somos sombras..."
Uma morte, como dizia Stalin, é uma tragédia! Milhares de mortes, apenas um dado estatístico.
Evidentemente, a morte de quem gostava de Piazzolla e de Borges, sempre será uma tragédia dupla...
Porra no final pareceu até um teísta falando...
ResponderExcluirO melhor que se faria era nenhuma palavra sobre esses cretinos! Porque só assim algo pode mudar!! Essa religião de imbecis( cristianismo) tem que morrer algum dia mas enquanto comentarmos mesmo que em tom sde critica sobre esses "senhores de deus' nada mudará! O papa morreu!? Foda-se!!!!!!!!!!!!!!
E mais, não deixa de ser um cretino porque admirava Borges e Piazolla.
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