quarta-feira, 9 de abril de 2025
AINDA ESTAMOS AQUI... Uma ou duas vezes por ano eles reaparecem... Acampam por aí. E isso, praticamente desde que se fundou a cidade, para não dizer desde que se proclamou a república. E sempre reivindicando, com uma certa puerilidade, as mesmas coisas. Mas ninguém lhes dá bola. Ninguém está cagando para eles... Nem mesmo os latifundiários... Demarcar terras? Preservar as nascentes? As árvores? O canto do Uirapuru? Combater a jagunçada e o garimpo? Estancar o envenenamento dos rios? Ora! Isso tudo já virou um folclore romântico. E aparecem por aqui misturados em sete ou oito etnias diferentes, cada vez mais enfeitados e "civilizados". Dar ouvidos a Rousseau ou a Hobbes??? Os burocratas nem mais aparecem nas varandas para vê-los, e os políticos (de todas as laias), fazem questão de viajar para "suas bases" exatamente nestes dias. Só a mídia, (que ainda vive dessa pantomima), e principalmente os fotógrafos, uns até já na quarta idade, aproveitam para reativar suas antigas e míticas Roleiflex. A manhã e a tarde clicando, sob um sol fdp, sem razão, sem propósito algum, e sem sentido... Uma antropografia? Uma antroposofia? Ou apenas por clicar... E a turba desce pela esplanada como na época das grandes caravanas, trocando bullying entre eles, e levando numa espécie de andor/padiola uma réplica da Deusa da Justiça (mistura e mescla de Têmis com Virgem Maria... O mito do matriarcado, da mulher como semente ancestral, da mulher má, daquela que doa tanto a vida como a morte e que benze)... A terra e o tempo, que para nós, é um engodo, para eles parece representar absolutamente tudo... descem em direção à Suprema Corte, vazia; em direção à Catedral, vazia; em direção ao Congresso Nacional, vazio; até o idílico céu azul do planalto lhes parece vazio... tudo vazio, na mais problemática solidão, cada um cantando em seu idioma alguma bobagem messiânica ou democrática... cada um com seu tacape e suas mandingas, outros com cruzes, celulares, seus filhinhos e suas mulheres... elas, que, aparentam até ter mais testosterona do que eles.. Lá ao fundo aparece uma centena de militares formando um cordão ao redor dos prédios republicanos. É necessário estar atentos para que alguém não volte outra vez a cagar sobre o birô de uma autoridade...E nos olham com um misto de curiosidade, submissão e ressentimento, certos de que, apesar de nossas máscaras e do blábláblá dos governos e das ONGS, somos todos descendentes daqueles bandidos que outrora convenceram seus ancestrais a trocar terras por bíblias e que vieram até aqui tentando catequizá-los para mais facilmente dizimá-los....
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ResponderExcluirhttps://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2025/04/7109133-mobilizacao-indigena-termina-sem-a-presenca-de-lula.html
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