segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Noticias sobre o chauvinismo... E sobre o complexo de vira-latas...

[Imóvel contemplo a lua e os outros pensam que sou cego]
Bashô

Na semana passada o país assistiu a um surto de chauvinismo depois que o Ministro da educação declarou que os brasileiros têm fama de, em viagens, virarem canibais e de roubar quinquilharias nos aviões e nos hotéis, e da Ministra Damaris sugerir a quem tem filhas pequenas que a melhor coisa a fazer é cair fora do país.
A comoção narcisista foi geral!
O chauvinismo explodiu no peito inflado dos nacionalistas!
Nossa! Que barbaridade! Como dizer isto de um povo tão amável, tão trabalhador e tão cordial? Resmungam em coro.
E a indignação foi geral, mesmo daqueles que têm filhos presos no exterior e daqueles que já roubaram taças de champagne, guardanapos ou garfos na Maison Rostang.
Todos fingem estar escandalizados com as declarações quase domésticas dos ministros, mas ninguém se atreveu a convidá-los para detalhar suas declarações. O que seria de fundamental importância já que como Ministros de Estado devem ter  dados e saber do que estão falando, não é verdade? Ele, deve ter a lista de brasileiros presos no exterior com os respectivos motivos, e ela, deve ter as estatísticas das meninas que no último semestre foram estupradas. 
Por que não ouví-los? 
Qual é o problema? 
É evidente que essa tentativa de não fazer contato consigo mesmo e de estar permanentemente se defendendo é um sintoma.
Não seria isto, no fundo, o que aquele dramaturgo que gostava de futebol costumava chamar de Complexo de vira latas?

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Chovinismo 

O chauvinismo, também conhecido coloquialmente como jingoismo, é a crença narcisista, perto da paranóia e da mitomania, que a própria coisa do país ou região a que pertence é a melhor em qualquer aspecto. O nome vem da comédia La cocarde tricolore dos irmãos Cogniard, onde um ator com o nome de Chauvin personifica um patriotismo exagerado. O chauvinismo resulta em um raciocínio falso ou paralogical, um etnocêntrico ou ídolo para a falácia. Na retórica, é um dos falsos argumentos que servem para persuadir a população através do uso de sentimentos, muitos deles exacerbados, em vez de promover razão e racionalidade. É geralmente usado por políticos, mídia e empresários para condicionar a formação das expectativas.



Um comentário:

  1. https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2019/02/18/interna_politica,738182/ministro-pede-desculpas-apos-falar-que-brasileiro-vira-canibal-viaja.shtml

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