Muita gente que, como eu, sentia um certo repúdio visceral pelo pequeno fedelho canadense, depois de sua tumultuada passagem por aqui e pela Argentina começou até a simpatizar com ele. Primeiro, apesar da gritaria das filhas e netas do proletariado disfarçadas de petite bourgeoisie, abandonou o show pela metade no RJ. Depois, tentou levar para sua suite principesca, ao invés das cocotinhas do Leblon, cinco ou seis vadias de aluguel e, mais tarde, saiu pela noite esmerdeando os muros e as paredes cariocas. A policia e alguns moralistas fingiram indignação, mas ele deu uma banana para todo mundo, pegou o avião e as malas cheias de dinheiro e caiu fora.
Em Buenos Aires parece que foi mais radical ainda: teve até ânsia de vômito no meio do espetáculo e deixou a platéia macaqueando-se e decepcionada. Parece que quebrou umas porcarias no hotel onde estava hospedado (de onde foi enxotado), e literalmente pisoteou a bandeira argentina. Que estará pensando encenar na pátria de Pinochet?
Mesmo que seja puro marketing, artimanhas de seus gigolôs para dar-lhe um ar de Jim Morrinson ou de Rimbaud (Qual é o marqueteiro que não sabe que "heroicidade" é uma coisa irresistível para as adolescentes e até para balzaquianas latinas?) essas façanhas quase hebrefrênicas simbolizam muito bem o sentimento que forasteiros, até do porte dele e de seus adestradores, têm por nuestra américa, por nuestras leyes y por nuestra gente...
Prestem atenção como as nações pelas quais mais se devota desprezo são as nações corruptas e aquelas onde o discurso da justiça, dos políticos e das massas é ambíguo e esquizoide e onde ao invés de se investir espontaneamente no bem-estar e na grandeza pessoal se facilita e se faz de tudo para promover a desgraça coletiva e a servidão.
E por falar em desgraça e servidão, acabo de ler o Holocausto brasileiro, de Daniela Arbex. Leiam. As loucuras ocorridas dentro e fora daqueles muros em Barbacena, de 1930 a 1980, nos ensinam sobre o caráter e sobre a indiferença nacional, muito mais que os livros de Gilberto Freire e de Darcy Ribeiro juntos. Em outras palavras: para saber como é o caráter e a "alma" de um povo e de uma nação basta saber qual é o tratamento que disponibilizam a seus doentes mentais. Basta dar um giro por seus asilos, manicômios, prisões e hospitais psiquiátricos. No Brasil existem ainda uns 200, quase todos causariam espanto e horror ao velho Pinel.
"nações corruptas e aquelas onde o discurso da justiça, dos políticos e das massas é ambíguo e esquizoide e onde ao invés de se investir espontaneamente no bem-estar e na grandeza pessoal se facilita e se faz de tudo para promover a desgraça coletiva e a servidão."
ResponderExcluirVejam também: Patocracias
http://pt.wikipedia.org/wiki/Patocracia
http://www.newsgula.com/2013/03/patocracia-e-ponerologia.html
http://www.clarin.com/espectaculos/abogado-cordobes-denuncio-Justin-Bieber_0_1028897560.html
ResponderExcluir"A nosotros nos tratan como mierda de cerdo
ResponderExcluir(Putas y gordos-sangre podrida)
Y nos usam pá limpiar el culo
Hijos de perra, rockeros maricones" - Titãs