Ontem conheci um senhor na Feira do livro que além de católico praticante é chargista, dá cursos de desenho etc. Como acompanha meus escritos desde muito tempo, relatou-me que em 2011 o papa Ratzinger respondeu um de meus textos - Cadê o Deus das libélulas? - publicado em 2008 num site chamado INFORUM.
Diante do meu ceticismo relatou ter checado as fontes e que tudo evidencia que não se trata de "fake", mas sim de um legítimo comentário do velho representante de deus na terra, já que - segundo ele - é sabido por todos os católicos que o referido papa, saudoso da inquisição, dava-se o luxo de ficar bisbilhotando o mundo atrás de ateus e de hereges...
Mais tarde resgatou e me enviou o tal texto, - o meu e o do "papa" -, com a seguinte reflexão:
"Se for 'Fake' , a pessoa conheceria muito bem os hábitos do velho lobo. Que conforme autobiografia, o seu hobby predileto, teria sido cuidar das obras da biblioteca do vaticano. E por sua vez na internet, vasculhar o trabalho de pensadores de adversários e refutar suas idéias nos grupos de notícias. Isto é depoimento dele mesmo. Possuo o vídeo no meu escritório.
No seu caso, penso que vc tem um trabalho proeminente e deve estar também na sua lista.
Como o ex-papa esteja bastante debilitado pela velhice, pode ser que deixou de lado este ofício. De qualquer forma o meu raciocínio está em que vc, como qualquer outro que rema contra a maré, coleciona fileiras de adversários. Mas que ironia ter que falsificar uma identidade? A impressão que tenho é que o próprio Ratzingher não iria bater e esconder a face, não acha? Como foi breve a sua assertiva também a resposta foi curta e sintética.
Mas, é de morder os lábios em saber que isto é de um falsário pé rapado!"
Mensagem:
Data: 26/02/2008 18:31:28
De: Ezio Flavio Bazzo IP: 189.27.22.210
Assunto: Cadê o Deus das libélulas?
CADÊ O DEUS DAS LIBÉLULAS?
É curioso que os ecologistas em geral tenham uma
obsessão tão rigorosa pela preservação das matas,
das árvores e dos cipoais milenares, mas não deem
um pio sequer a respeito do aniquilamento das formigas
e de outros insetos. A mim, as devastações em curso,
se me angustiam, é porque me fazem pensar nos besouros,
nas aranhas, nos mosquitos e nas incontáveis espécies de
lagartas que são cotidianamente varridas do mapa. Quanta
mosca expulsa de seu habitat! Quantos gafanhotos incinerados!
Quantas libélulas, percevejos e mariposas pisoteadas!
Onde estaria o Deus que – segundo os criacionistas – teria feito
germinar toda aquela fauna e toda aquela flora? Que significa
esse seu silêncio milenar? Por que teria feito cumplicidade com as
motosserras, com as labaredas e com os bandidos? Independente
das fúteis justificativas dos crentes a frase de Anatole France
continua conclusiva: Mesmo que seis bilhões de pessoas
acreditem numa balela e numa mentira, ela não deixará de
ser uma balela e uma mentira.
Mensagem:
Data: 07/06/2008 18:36:16
De: Joseph Alois Ratzinger (joseph@vaticano.org)
IP: 189.123.240.214
Assunto: Re: Cadê o Deus das libélulas?
Re: Cadê o Deus das libélulas?
Vai ver que as libélulas não tiveram fé o bastante e não rezaram com fervor suficiente..... Assim foi quando você não passou no vestibular....
Verdadeiro ou não, vale pelo folclore. E depois, sempre é bom manter viva a memória dos tempos do malleus maleficarum. Se tivesse tomado conhecimento desse assunto à época, teria respondido assim ao "pontífice": Não passou no vestibular!? Ora Santíssimo padre.., o que tem a ver o cu com as cuecas???
Ezio, você errou... "o que tem a ver o cu com as calças???" hahaha. Não! mais uma vez você acertou!
ResponderExcluirHipóteses feitas de palavras...
ResponderExcluiresse papa aí deve se matar é numa punheta
ResponderExcluirBom. Primeiro devo desculpar-me o longo tempo de resposta. O Ezio afirmou ter postado o assunto das tais 'libélulas' e em seguida fui conferir. Na ocasião fiquei atónito com um ou outro ponto que me pareceu destoante.
ResponderExcluirPois afirmo a irrefutabilidade da admiração que possuo pelo trabalho e modo de vida do Pe. Ratzingher. É o meu 'brother' mais velho na 'fé'. Não sou louco de negar alguém da mesma farinha. Na verdade o apelidei de 'lobo do mar' por ser um adjetivo de 'espertalhão' no bom sentido. Porém, como a coisa tomou outro rumo, refuto o tal adjetivo.
Outra coisa é que, nesta breve post é lamentável a lista de anônimos nos comentários - Esta turma tem mêdo do que?
Conicidência ou não, nesta mesma semana, alguém mandou um lamentável presente natalino em meu Face com um vírus 'ontheBlock'. Perdi pessoas, para mim verdadeiras pérolas no fomento de informações. Se tivesse certeza, como dizia o neurótico Steve Jobs, não oporia de sair correndo e falasse baixinho ao ouvido do animal que fez isto: Seu fdp!!! - Pela coerência com que o criador do blog e seus fiéis leitores tem com os conteúdos sérios, me levam a pensar que têem o mais que fazer. Atrevimento, tem hora. Não sou nenhum moleque e tenho acredito que também aqui não.
Segundo. É uma piada afirmar que, a décadas, o Ratzingher tem sido um cara da inquisição. Pensei que esta página estava virada na cabeça de das pessoas que considero intelectuais de plantão.
Afirmei e reafirmo, o cara apenas tem o prazer de instigar os tidos intelectuais.
Qualquer um tem uma tradição a zelar. Tenho a impressão que já afirmei isto ao Bazzo - E este antigo papa tem demonstrado, antes de tudo, um grande zelo, é um liturgista de primeira. Desta forma tem sido odiado por aqueles que, sobretudo, se dizem da ala, famigerada, teologia da libertação; Ou outros que querem colocar firulas (pieguices nocivas da religiosidade natural) nos ritos do cânon católico. Vai pensando. - Tem nada a ver com alicerces firmados antes do imperador Constantino. [Para quem não sabe, um instrumento - teol. librt. - criado apenas para servir durante o governo (e não ditadura) militar] na América Latina. Conquanto, após as novas diretrizes do mais novo concílilio, o vaticano II, ouve uma debandada de padres para fora da igreja católica. Isto é fato. Esta turma, os verdadeiros conservadores, só queria dar aulas e faturar com escolas particulares. Bem. É um assunto que não diz respeito ao certame do presente blog. Sem mais mimís e nem momomós. Encerro e não arrependo admirar o trabalho do Sr. Ezio Bazzo. A décadas este é um dos caras que tem me ajudado a abrir a cabeça e ser menos mais um ftp de falsa moral no sentido do existencialismo ou condição humana. O que o cú tem a ver com a cueca? - Vai saber por aquí. É vocês que são os mestres do relativismo, ou não?
Saúde à todos, mesmo para os 'tais' ocultos ;/ Att De Barros.
De novo. Intrometo-me e ouso fazer uma comparação. A minha área tem muito o que haver com desenho. Desenho técnico não escapa. Morei mais que um par de anos num condomínio infernal em Brasília chamado Octogonal. Vivo 70% dos meus dias tendo que ler e rever livros técnicos. E para isto preciso de um mínimo de silêncio e sossego. Aquele setor tem passado o ano inteiro com barulho de marteletes, furadeiras e serras Maquitas. Uma droga.
ResponderExcluirUma vez chamei o condômino a parte, e lamentei o descontentamento. Sabia que isto não tem solução numa coletividade de latinos tupiniquins como o nosso. É malhar em ferro frio. Mas tudo bem.
Conversa vai e conversa vem e tocamos em detalhes técnicos da reforma, plantas e execução de alvenaria. Acreditava piamente que toda alvenaria obedecia a risca o que os arquitetos projetavam e que os engenheiros aprovavam em suas devidas esquadrias e escalonamentos. Este síndico, demonstrava alguma experiência de causa. Isto parecia notório. Também lamentava da falta de coerência e falta de senso na angulação das paredes (este estava envolvido no revestimento do piso em granito). O trabalhão e o desgosto que estavam tendo para contornar a situação.
A princípio duvidei do que o síndico afirmava do anacronismo e defeitos nestes edifícios. A olho nú a impressão que se tem é que cada edificação tem o aspecto de um ovo de colombo. Perfeito! Ledo engano - uma burrice.
Para acabar com o ceticismo, este senhor intimou-me a acompanhá-lo e verificar a aberração nestas construções. Partindo do pressuposto que toda portaria tinha o mesmo padrão, a diferença gritante na dimensão de um friso de tijolos do portal a parede de um dos elevadores entre outras portarias, com os respectivos elevadores, eram avassaladoras. Fiquei mesmo atônito. Não podia acreditar no que estava vendo.
Disto deduzimos que quase a unamidade das construções do velho Plano Piloto estão tortas. Não é de se esperar. Por quem fora construído estas obras se não entregues as cegas nas mãos de trabalhadores sem o fundamental completo e na maioria nordestinos ávidos por sobreviverem e no afã de terem melhor condições no tumulto de uma cidade com prazos sempre estourados.
Daqui posso tirar uma conclusão. A mentira ouvida, falada, comentada pode tornar-se como verdade. Belos, tenazes e perfeitos. Mas uma bagunça, um caus nas leis da matemática. Mal feito e incompetente. Com todos os defeitos do ser humano, pode se olhar e analisar realidades com olho de míope. Prismático.
Não consigo entender porque o povo acredita piamente na mentira e, na conformidade, deixa de procurar a verdade. Edmund Husserl e sua seguidora Edith Stein, fundador e seguidora da Fenomenologia poderia explicar tamanho disparate? Quem sabe, o francês Jean Daniélou com o seu livro Escândalo da Verdade?