Foi demais o cinismo e a cafajestice da mídia quando fez
de tudo para, nas exéquias do cardeal Eugenio Sales, forjar e travestir de "espírito santo" aquela pobre e assustada pomba, o mesmíssimo espírito santo que, segundo as narrativas de
S. Mateus e S. Lucas teria descido até Jesus, no formato de uma pomba branca quando este estava sendo batizado
nos charcos do Jordão.
Pela atuação “revolucionária” que se está querendo atribuir ao referido morto, durante o período da ditadura militar, pode-se até suspeitar que esse pombo,
além do espírito santo, poderia estar representando também o espírito do Marighela... Prestem atenção como nosso atraso mental está,
cada vez mais, beirando à demência! E chegaremos lá...
Além do acontecido no funeral ser um fato banal no
mundo zoo e não ter a mais mínima importância nem significação metafísica ou mística já que até
um abutre de gaiola se fosse solto naquelas circunstâncias pousaria
inevitavelmente sobre o caixão, é importante lembrar que essa história de associar o pombo ao “espírito
santo” foi um dos tantos plágios do catolicismo. Na antiguidade - bem antes de
qualquer vestígio do cristianismo - um pássaro semelhante ao pombo já aparecia em lendas, anedotas, bobagens de ignorantes e em imagens
envolvendo o corpo da deusa Juno e de outras supostas divindades etc. Além do
mais, segundo o que ouvi ontem de um pastor que esbravejava sobre um viaduto,
quando “Deus selou sua aliança com Noé e
com Abraão, imolaram-se pombas e rolas”. Que estranho pacto! Além de pombos, rolas? Teria sido uma Missa Negra, uma heresia das grandes,
digna de Sodoma!? Mas compreendo, pois eu mesmo na minha adolescência fui um
exímio atirador... Gostava de derrubar as mais ágeis e em pleno voo. Hoje aquela prática sádica e quase primitiva foi transformada num
esporte conhecido por “caça ao pombo” que é praticado por aí por muitos e muitos fervorosos beatos. Alguém detrás
de um muro lança a ave para o alto e o atirador, com a espingarda abençoada por um coroinha, dispara brutalmente sobre ela um cartucho de 44. Sorte que esses simpáticos
senhores não estavam passeando lá pelas margens do Jordão naqueles tempos... e nem
ali no funeral do velho cardeal... senão...
Preso no Presídio Especial de São Paulo, Marighella foi torturado pela polícia de Filinto Müller: teve os pés queimados com maçarico, estiletes enfiados sob as unhas e dentes arrancados, mas permaneceu calado e ria "na cara dos torturadores". Esse comportamento provocou o comentário do delegado: "só existe um macho no Partido Comunista: é esse baiano Marighella".
ResponderExcluirESSA POMBINHA TE INCOMODOU MUITO, NÃO É?
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