Está equivocado o parlamento brasileiro se acredita que o maior motivo de indignação popular refere-se às férias de noventa dias e às convocações parlamentares extraordinárias remuneradas. Isto é quase nada diante de todo o surrealismo que ocorre nos bastidores desse paraíso de privilégios. O que está em xeque realmente é o político profissional, os critérios viciosos de sua escolha, o exagero de poderes que lhe é concedido e mesmo a própria república, esse presente de grego que há séculos não é resignificado. Querem promover mudanças? Então que conste no PDL: mandato de quatro anos sem possibilidade de reeleição; o salário do parlamentar deverá ser o mesmo que vinha recebendo na sua vida profissional; o parlamentar deve permanecer em sua cidade legislando via internet e ao invés de passaporte especial, passagens, imunidade etc, deve apresentar-se mensalmente à polícia e à receita federal. Caso contrário seguiremos repetindo até a náusea esse teatro reformista, fomentando a megalomania e os desmandos de alguns vivaldinos e eternizando democracias medíocres e semibárbaras.
Ezio Flavio Bazzo
sim, o grande jargão que justifica as práticas no parlamento é o mesmo do teatro: o show nunca deve parar. quem garante os bastidores desse eterno retorno? intimemos uma resposta às organizações paraestatais subvencionadas pelo estado, às monárquicas burocracias sindicais que participam da distribuição da riqueza, à aristocracia dos novos ricos por concurso público, ao exército de consultores especialistas e juristas reunidos em gabinietes de lobby, e à multidão de miseráveis entorpecida que dá sempre a mesma resposta para qualquer que seja a pergunta.
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