Quem é que não ficou boquiaberto e impressionado com a notícia da Irmã Mandala, aquela rechonchuda vidente de Belo Horizonte que se diz sobrinha de Madre Tereza de Calcutá e que para ministrar sua ajuda espiritual aos pobres clientes cobra pequenas fortunas? A policia, a mídia e a sociedade padrão gostam de tripudiar e de sapatear sobre personagens desse tipo, mas é pura descriminação e pura ideologia tendenciosa, uma vez que existem por aí centenas de outros estelionatários da fé, tão ou mais cínicos do que ela, e que não espantam mais a ninguém. Vender vinte missas ou uma novena com a promessa de que elas garantirão o sossego da alma de algum morto – por exemplo - existirá maior estelionato do que este? Vender uma macumba com a garantia de que ela aumentará a libido ou melhorará a performance amorosa do cliente – outro exemplo. Exigir mensalmente dez por cento do salário dos beatos sob o argumento de que o dízimo é um passaporte para o céu – mais um exemplo. Enfim, estamos cercados por videntes e por indigentes espirituais por todos os lados, uns, mais antigos e mais sofisticados do que os outros, é verdade, mas todos da mesma laia e todos regidos pelos mesmos cânones: o da impostura e o do dinheiro. Com relação à Irmã Mandala, depois de submetê-la a um longo regime, eu a contrataria, sem sombra de dúvidas, para Ministra da economia ou, pelo menos, para administrar minha caótica contabilidade.
Ezio Flavio Bazzo
ah, "esses estelionatários da fé"... subestimam nossa jovialidade em favor da sobriedade. contemos a eles, ou a elas, mais uma de nossas "piadas sérias". muammar qadhafi ou omar cadafi, (presidente da líbia) é um antifundamentalista. escreveu um livro-síntese de seus pensamentos "anarco-sindicalista-islâmicos" chamado "livro verde". o curioso é que seus pensamentos visam quebrar os discursos totalitários de autoridades místicas ou religiosas. pena estarmos anos-luzes atrás da líbia.
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