Curiosa e maligna a insistência da mídia a respeito das "estrições democráticas" e das "censuras" vigentes no Estado chinês. E não faço esta observação movido por algum tipo de nostalgia ou de romantismo maoísta, mas por compreender que essas opiniões e essas críticas, mais libertinas que liberais, a respeito daquele país, estão fundamentadas num mal entendido. Baseadas numa crença equivocada e pueril de que nossa democracia sim é que é plena e verdadeiramente transparente e, que, portanto, pode servir de modelo para alguém. Ora, que demonstração de ignorância! Os arroubos de autopromoção a respeito da nossa suposta liberdade, os panegíricos em torno da pretensa visibilidade social, da presunção de que nossas políticas são plenamente republicanas etc., são bobagens e miopias que não convencem praticamente a ninguém, uma vez que vivemos em plena guerra fratricida e em descarada liberdade condicional. Uma vez que a tal transparência acaba no guichê do primeiro órgão público, na mesa de qualquer gerentezinho de banco ou no balcão de qualquer delegacia de polícia. E depois, todos somos testemunhas de que as últimas décadas foram pródigas em obscurantismos e em transações veladas neste país, e que o Estado, com seus respectivos poderes, tem sido mais um esconderijo, uma caixa preta e um bunker de segredos ideológicos e mercantis do que outra coisa.
Ezio Flavio Bazzo
a tão dita aos berros, liberdade de expressão da impressa, nunca foi usada por aqui. pois não há jornalista inteligente o bastante para exercê-la. tudo parte do poder central do redator que nada mais é do que a voz dos acionistas. o que não significa que os jornalistas não compactuem com a opinião de seus editores. o brasil quer ser modelo. o máximo que consegue é ser o modelo de uma força imperial latino-americana. o que adianta a mídia se esgoelar contra fidel castro, hugo chaves, evo morales ou aiatolá khomeini. por aqui nunca se revolucionou o poder. o império concedeu à república. os militares concederam à abertura de 84. a única diferença é que por aqui, a cada 4 ou 8 anos vemos outra cara, de mais um mestre de cerimônias que sobe ao picadeiro para reger esse circo do mesmo modo que seu antecessor. o que preferímos? a ditadura de um único personagem ou a ditadura que os revesam?
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