quarta-feira, 15 de junho de 2016

A disparidade entre as propinas...

"Como o caçador de Pascal: mais a caça que a presa"N.B.

Quem viu a nova lista de propinas apresentadas hoje pelo delator de turno, ficou impressionado com a disparidade entre os valores. Enquanto uns receberam vinte e tantos milhões e outros dez ou quinze, alguns dos beneficiados tiveram que se contentar com apenas 700 ou até 200 mil. Ora! Como manter intacta a auto-estima e como garantir a sobrevivência do amor-próprio em situações como estas? Quais são afinal, os parâmetros e os critérios desses camaradas? Onde está a ética? A Teoria do Valor tão defendida por Marx? A honra e a isonomia? 
Na última vez que encontrei o mendigo K. ele me alertou para algo antropologicamente importante: a família dos corruptos. Como deve se comportar a família desses senhores quando eles chegam em casa, lá pelas três da tarde ou de madrugada com as maletas repletas de Euros, dólares, lingotes de ouro, ou coisas do gênero? 
Atrás de cada um desses senhores, lembrava-me ele, existe sempre uma bela, jovem e exigente mulher, que controla as "porcentagens", que cobra alto por seus serviços genitais e que gosta de coisas sofisticadas tipo jantares no Alain Ducasse de Paris ou no Aragawa de Tóquio, por exemplo. Mulheres deslumbradas que adoram  pernoitar nos pubs da Inglaterra e que só se hospedam em hotéis tipo o Fouquet's. As mais realistas e simplórias até deixam por menos mas também não abrem mão dos cabarets de Hong Kong, uma ou duas vezes por ano. Sim, são mulheres que cobram caro para apresentar-se aqui e ali com seus decotes felinianos, seus olhares provocantes, suas depilações subterrâneas e suas cruzadas de pernas. Mulheres que cobram alto para desfilarem como damas inocentes no meio de um covil de hienas vorazes e, para o mais difícil: fazer o teatro da fidelidade, da paixão ardente e da gerontofilia, mesmo nos momentos de maior caos e estresse... 

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