Hoje fui tomar um "café" com um velho amigo (dos velhos amigos, aliás, não resta quase mais nenhum, todos já se foram para o "beleléu") e ele, por mais de uma hora, não parou de falar dos carbonários, de suas vindas para o Brasil junto com a imigração italiana. Mencionou nomes, tipo Giuseppe Garibaldi, Tito Livio Zambeccari e muitos outros que nem lembro. Chegou até a afirmar que Paganini, Nicollo Paganini, o genial violinista genovês que apesar de feio como o diabo costumava "comer" as mulheres dos "nobres" da época, teria sido um deles e como tal, inimigo da monarquia. Chegou a ser preso! Depois corrigiu: a verdadeira razão da prisão de Paganini foi o motivo acima, mas os traídos tiveram que inventar que ele pertencia a um grupo de carbonários, à maçonaria e etc para justificar sua prisão...
E esse papo foi longe, durou uma eternidade, com o garçom participando e etc.
Na hora de despedir-nos fez uma pergunta provocativa e bizarra ao garçom:
- Se você tivesse o poder de baixar uma única lei no mundo, qual seria?
Com as xícaras ainda na mão o moço vestido de preto respondeu a queima-roupa:
- Proibiria a venda e o uso das chinelas havaianas!
Ele ficou boquiaberto e exigiu explicações:
Esse chinelo vagabundo, feito com sobras de borracha vagabunda,
- explicou o garçom meio exaltado - com uma tira que vai entre o dedão e o segundo é o que de mais ridículo a modernidade já inventou. Foi ele, inclusive que deu origem à metáfora: pé de chinelo. Eu quando tenho que usá-las, em casos extremos e só em casa, tenho vergonha de mim mesmo.
O próprio nome já é uma usurpação. Vá ao Havaí ver se alguém por lá usa uma geringonça dessas. E quando alguém a está usando, podes saber que é um turista, um desses babacões que foi lá para surfar. O surf transformado numa petite-religion!
Veja nas centenas de pinturas do Gauguin - claro que feitas no Tahiti, não no Havai, mas é a mesma coisa - se há alguém usando algo parecido...
Hahaha. Sensacional! Também odeio as tais havaianas! Parabéns ao garçom!
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