Apesar do calor de deserto Paris continua uma festa. Quem já está de saco cheio das mitologias de Montmartre, das cantatas de Bach em Notre Dame, das filas do Louvre e das babaquices das galerias monarquistas e até mesmo do falafel lá do marré pode deliciar-se por uns vinte minutos diante desta pintura de Jó, do pintor Leon Bonnat que está no Orsay. Foi a melhor coisa que vi nestes dias de mormaço e de calor infernal. Quem já passou pelo sertão do Piaui ou no auge da seca teve uma insolação lá pela região de Canudos saberá de que estou falando... Além do calor, as janelas dos ônibus não abrem e os túneis do metrô parecem desembocar todos nas fornalhas do inferno. E por falar em túneis, o massacre que Israel executa sobre os palestinos repercute aqui de imediato. Duas ou três manifestações semanais que mudam o trânsito e que enchem as ruas de viaturas da polícia. Bem que Cioran avisou: os sobreviventes de uma chacina se revelam sempre os mais perversos. Quem é que poderia imaginar que depois das loucuras de Hitler os judeus que não foram queimados poderiam patrocinar uma loucura dessas contra seus vizinhos?
Mas falar de calor em Paris é falar também de pulgas. Quem foi ver as cantatas de Bach na Notre Dame saiu de lá com uma coleção multi-étnica. Sem falar dos piolhos, carrapatos e outras espécies ainda não muito bem descritas...
Mas, com pulgas ou sem pulgas, Paris é sempre Paris...
Derrubaram um avião de passageiros na fronteira com a Russia. Quem ia para San Pestsburgo, teve que mudar de idéia. E o vírus Ébola voltou a turbinar a paranóia dessa ordinária e vagabunda humanidade. Tenho certeza que se não for agora, um dia a Mama África ainda dará sua contribuição radical aos rumos desta espécie...
E desapareceram 60 quilos de cocaína de uma delegacia de polícia aqui da cidade. Quem teria cheirado tudo isso?
Não lhes parece que os psicanalistas que só falam em oralidade e em analidade, bem que poderiam começar a refletir também sobre a nasalidade!
Enfim, admirem a imagem de jó ampliada... Ela parece ter muito a nos dizer...
Pensei que tivesse batido a caçuleta velho maldito! Volte logo da porra dessa cidade, e começe a vomitar a suas deliciosas heresias na porcaria desse blog que eu gosto tanto.. Um abraço forte e penetrante por trás.. Rogério Mukanga..
ResponderExcluirO "abraço forte e penetrante por trás" pode ser dispensado. Como diria meu avô: se gostasse de macho teria uma criação de búfalos!
ExcluirSaudações Ezio Flavio Bazzo
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.. adoro o seus textos velho renegado!!! A propósito, vossa mercê deveria trocar essa sua foto com cara de defunto amanhecido por uma outra que estivesse em sintonia com a sua personalidade de Naja cuspideira.. Por exemplo: uma foto em que você esteja nu sentado no vaso e fumando cachimbo. Creio que ficaria bem legal..Pense nisso.. Um Abraço fraterno, mas por trás.. Rogério Mukanga
ExcluirTambém pensei que o Ezio tivesse batido a caçuleta e devo confessar que andava triste...agora fiquei animado de novo...
ResponderExcluirPensei que o Ezio estava no avião abatido...
ResponderExcluirBom ler de novo e de novo "dessa ordinária e vagabunda humanidade" porque são referências que caem tão bem no que eu penso; é bom que engloba tudo criação de búfalos e de vacas! Bom retorno...
ResponderExcluiros Yazidis também são a bola da vez do Estado Islâmico, Bazzo, os Yazidis veneram Malek Taus ou Shaytan o anjo da liberdade, o deus-pavão, o nosso Lúcifer ocidental.
ResponderExcluirtoda mulher é bipolar? Só isso? Veja a notícia, e a ainda querem a lei maria da penha:
ResponderExcluirhttp://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2014/08/mae-confessa-ter-congelado-recem-nascida-apos-parto-no-banheiro.html
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAe, Ezio, muito bom "encontrar" seus escritos, satisfação! um salve aqui da favela do Gazuza, Diadema SP!
ResponderExcluirOlá Gazuza!
ResponderExcluirSe aí em sua favela existir uma biblioteca, mande-me o endereço para que eu possa enviar-lhe uma meia dúzia de livros.
Abraços/Ezio Flavio Bazzo
"ordinária e vagabunda humanidade"...Se liguem aí! Esse Ezio é um burguês disfarçado de reacionário.
ResponderExcluirJudeus sobreviventes do holocausto condenam
Excluir omassacre de palestinos em Gaza e a
cumplicidade dos Estados Unidos
Em seguida a íntegra da carta:
ResponderExcluirComo sobreviventes e descendentes dos sobreviventes judeus do genocídio nazista, condenamos inequivocamente o massacre de palestinos em Gaza e a ocupação e colonização da Palestina histórica em curso. Condenamos ademais que os Estados Unidos forneçam a Israel os fundos para levar a cabo o ataque, e a todos os Estados ocidentais , de maneira geral, pelo uso de sua força diplomática para proteger Israel de ser condenado. O genocídio começa com o silêncio do mundo.
Estamos alarmados pela extrema desumanização racista dos palestinos na sociedade israelense, que alcançou o paroxismo. Em Israel os políticos e comentaristas no The Times de Israel e no The Jerusalem Post pediram abertamente o genocídio de palestinos, e israelenses de direita estão adotando a divisa neo-nazi.
Alem do mais, desapontados e indignados pelo abuso de Elie Wiesel de nossa história nessas páginas para promover clamorosas falsidades utilizadas para justificar o injustificável: a determinação de Israel de destruir Gaza e o assassinato de cerca de 2 mil palestinos, incluídas centenas de crianças. Nada pode justificar o bombardeio de refúgios das Nações Unidas, residências, hospitais e universidades. Nada pode justificar que se prive as pessoas de eletricidade e água.
Devemos elevar nossas vozes coletivas e usar nosso poder coletivo para pôr fim a todas as formas de racismo, inclusive o genocídio em curso do povo palestino. Exigimos que se ponha fim de imediato ao cerco e bloqueio de Gaza. Fazemos um chamamento ao pleno boicote econômico, cultural e acadêmico de Israel. O “Nunca Mais” deve significar Nunca mais para ninguém!
(o texto original em inglês)
Jewish survivors and descendents of survivors of Nazi genocide unequivocally condemn the massacre of Palestinians in Gaza
As Jewish survivors and descendents of survivors of the Nazi genocide we unequivocally condemn the massacre of Palestinians in Gaza and the ongoing occupation and colonization of historic Palestine. We further condemn the United States for providing Israel with the funding to carry out the attack, and Western states more generally for using their diplomatic muscle to protect Israel from condemnation. Genocide begins with the silence of the world.
We are alarmed by the extreme, racist dehumanization of Palestinians in Israeli society, which has reached a fever-pitch. In Israel, politicians and pundits in The Times of Israel and The Jerusalem Post have called openly for genocide of Palestinians and right-wing Israelis are adopting Neo-Nazi insignia.
Furthermore, we are disgusted and outraged by Elie Wiesel’s abuse of our history in these pages to promote blatant falsehoods used to justify the unjustifiable: Israel’s wholesale effort to destroy Gaza and the murder of nearly 2,000 Palestinians, including many hundreds of children. Nothing can justify bombing UN shelters, homes, hospitals and universities. Nothing can justify depriving people of electricity and water.
We must raise our collective voices and use our collective power to bring about an end to all forms of racism, including the ongoing genocide of Palestinian people. We call for an immediate end to the siege against and blockade of Gaza. We call for the full economic, cultural and academic boycott of Israel. “Never again” must mean NEVER AGAIN FOR ANYONE!