... A fumaceira de um charuto lembra (além de meu pai) a fumaça do sacrifício e que depois do porrete daquele eterno peregrino não veio apenas o dilúvio – como se diz, mas o holocausto inca, asteca, armênio, judeu... o holocausto das vacas, dos frangos, dos porcos e dos faisões, com seus devidos tacapes e facões, as espadas dos samurais, as lanças, as flechas, as espingardas, os 45, os rifles, as metralhadoras, os mísseis, as bombas nucleares, os venenos e as armas químicas. A civilização deve todo o progresso desse arsenal imenso àquele primeiro raizeiro e floricultor porra louca que bateu de frente com as sinistras forças ocultas da época e que, depois do crime, aquele ímpio fugitivo ainda imprimiu no cabo de sua enxada o justo sentimento de todos os libertários: nem deus, nem pátria, nem patrão e nem fraternidade... Apesar de Caim e de todas as cainadas pelo mundo, a uns cinco quilômetros daqui repousa confortavelmente em seu palácio a velha e coitada raposa... A rainha... ( p.106)
... Caim dono dos bordéis de Sodoma e Gomorra! Caim incorporado no brigão das Memórias de um sargento de milícias! Caim uivando no morro dos Pirineus e Caim Ahasverus, aquele que segundo Rawet, foi cão com plenitude e que como cão sondou o mundo! Basta ir de Brasília a Pirenópolis para ver esse noviciado de todas as seitas com seu bornal e sua psicose troteando no acostamento. Os pés como pedra, lá vai o fratricida desconfiado sem levantar os olhos para os seis bilhões de almas deste inferno provisório – seus descendentes e detratores – e sem nenhuma ilusão redentora, apenas cumprindo em silêncio sua interminável sina, maldição e diabolidade, alimentando talvez, uma única esperança: a de reencontrar sua antiga cúmplice e depois, por fim, o verdadeiro apaziguamento. Caim e Abel, as duas faces da mesma lorota e do mesmo sofisma unidas pela jalousie, esse mal que é também uma graça, essa luz que poupou a civilização de uma penumbra, de uma obscuridade e de um tédio ainda pior... (p. 43)
... Caim dono dos bordéis de Sodoma e Gomorra! Caim incorporado no brigão das Memórias de um sargento de milícias! Caim uivando no morro dos Pirineus e Caim Ahasverus, aquele que segundo Rawet, foi cão com plenitude e que como cão sondou o mundo! Basta ir de Brasília a Pirenópolis para ver esse noviciado de todas as seitas com seu bornal e sua psicose troteando no acostamento. Os pés como pedra, lá vai o fratricida desconfiado sem levantar os olhos para os seis bilhões de almas deste inferno provisório – seus descendentes e detratores – e sem nenhuma ilusão redentora, apenas cumprindo em silêncio sua interminável sina, maldição e diabolidade, alimentando talvez, uma única esperança: a de reencontrar sua antiga cúmplice e depois, por fim, o verdadeiro apaziguamento. Caim e Abel, as duas faces da mesma lorota e do mesmo sofisma unidas pela jalousie, esse mal que é também uma graça, essa luz que poupou a civilização de uma penumbra, de uma obscuridade e de um tédio ainda pior... (p. 43)
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