sábado, 19 de fevereiro de 2011
POINCARÉ, O PROFESSOR DE SANTOS E A APOLOGIA DA MENTIRA...
Está causando o maior reboliço e os arautos da moralidade nacional estão pedindo a cabeça do professor de matemática de Santos (SP) aquele que numa de suas provas utilizou elementos mais do que conhecidos de nossa realidade, mas que, para os “papais” para as “titias”, para os educadores e inclusive para a polícia estão sendo considerados inadequados e até apologia do crime (drogas, prostituição, roubos de carros etc) evidenciando mais uma vez que tanto nas nossas escolas como nas nossas casas ainda rege a filosofia do avestruz e ainda se faz, conscientemente ou não, a apologia da omissão e da mentira. É evidente que no caso, não há apologia do crime coisa nenhuma, uma vez que nem mais os referidos temas são tabus para os alunos – como podem pensar alguns de seus ingênuos genitores - e que praticamente todos, sejam da classe que for, já tiveram ou têm alguém de sua família ou da vizinhança mergulhado na prostituição, se debatendo no submundo das drogas e da loucura e que já teve seu carro furtado por várias vezes etc. E depois, sejamos sinceros, para os alunos e para seu porvir é muito mais útil e importante saber como funciona o crime organizado, a prostituição instituída, o Estado Paralelo e o mundo infame da política, da justiça e do dinheiro do que estar aprendendo bobagenzinhas beatas, idealizadas e carolas que só servirão para fazê-los adultos indefesos, bananas e mocorongos.
Obs: Poincaré deve ter se exaltado na tumba ao ver que pelo menos um de seus discípulos entendeu que matemática não é apenas cruzar e sobrepor abstratamente sete ou oito números sobre uma prancha...
Obs: Poincaré deve ter se exaltado na tumba ao ver que pelo menos um de seus discípulos entendeu que matemática não é apenas cruzar e sobrepor abstratamente sete ou oito números sobre uma prancha...
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ótimo texto e opinião, falaria mais ainda Ezio, Acredito que o professor conseguiu o que tanto nossos pedagogos falam e não sabem fazer: a interdisciplinariedade com a contextualização! Partir do cotidiano... etc
ResponderExcluirEu também como professor de matemática, achei foi sugestivo esses problemas matemáticas não-abstrato!
quem sabe agora eu consiga formular alguns problemas assim para falar das pavulagens do meu povo baré!
abraços
Thiago Roney
As falsas polarizações: um texto sobre salário mínimo no Brasil, EUA versus Irã e uma Vomitada do Bukowski.
http://canalhadavarzea.blogspot.com/
Esse velho e hipócrita moralismo cristão. Todo o dia a gente vê dezenas ou até centenas de notícias relacionadas a esses assuntos. Por que então o coitado do professor de matemática, que tenta mostrar que a sua ciência também pode ser usada para "fazer o mal", vai ser crucificado? O problema está no mundo, não na aula dele.
ResponderExcluirMétodo Paulo Freire na Periferia...
ResponderExcluirSe o mundo fosse outro, se o ensino servisse mesmo para ensinar, a inicitiva do professor seria copiada. O que mais precisamos no mundo é aproximar o ensino da realidade, mas como o mundo é como é, este varal de mediocridades e repetições insignificativas,quando alguém se permite fazer isto, é execrado.
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