Pressionado pelos judeus “caçadores de nazis”, o governo francês retirou novamente da lista de escritores homenageados o nome de Céline, o genial Céline, aquele que escreveu Morte a crédito, Mea culpa, Viagem ao fundo da noite, A escola de cadáveres, Bagatelas para um massacre etc.
É impressionante como nossa espécie, esta mesma espécie que veio heroicamente se arrastando pelos séculos a fora engendrando escritas e textos desde os papiros até a internet não consegue liberar-se de seus instintos mais vadios, mais reacionários e mais paranoicos. Como é possível que ainda existam pessoas, grupos, Estados, tribos, corjas que se acham no direito de dizer o que pode e o que não pode ser escrito e publicado? Aliás, Hitler e seus guarda-costas foram mestres em proibir e em fazer fogueiras com livros. Não é verdade?
E a França, a velha França da Igualdade, Liberdade e Fraternidade como é que se ajoelha e se submete a uma impostura dessas? Que Céline fale mal dos judeus em sua obra, assim como poderia ter falado mal dos negros, dos italianos, dos franceses, dos alemães, dos árabes, dos canadenses, dos Yanomamis... qual é o problema? O que é que nos faz ficar tão "sensíveis", tão indignados assim diante de uma crítica ou diante de um repúdio???
Pois bem, quem ainda não leu as obras completas desse escritor genial deve fazê-lo e por agora pode ver abaixo alguns pequenos e (tendenciosos) trechos de dois dos livros de Céline considerados os mais anti-semitas, malditos e impublicáveis pelos patrões da cultura:
[Os Estados Fascistas não querem a guerra. Nada têm a ganhar com ela e tudo a perder. Se a paz se pudesse manter por mais três ou quatro anos, todos os Estados da Europa se tornariam fascistas, da forma mais sincera, espontaneamente. E por quê? Porque os Estados fascistas progridem a olhos vistos, entre arianos, sem ouro, sem judeus nem maçons, e levam a cabo o famoso programa socialista, que os comunistas sempre proclamaram mas nunca foram capazes de cumprir. Quem mais tem feito pelos trabalhadores não tem sido Stalin, mas Hitler!] In L’école de Cadavres.
[A França é uma colônia do poder internacional judeu… Qualquer tentativa de expulsar um judeu está votada, desde o princípio ao fracasso mais ignominioso… Gostaria de me aliar com Hitler, por que não? Ele jamais se pronunciou contra bretões ou flamengos… Nada de nada… só se tem referido aos judeus porque não gosta de judeus. Eu também não! Levando as coisas à sua conclusão lógica, pois não é meu costume deformá-las, digo com toda a franqueza o que penso: prefiro uma dezena de Hitlers a um Léon Blum omnipotente]. Depois de visitar a União Soviética, escreveu: [Lá só há três coisas que funcionam bem: o exército, a polícia e a propaganda!
] In: Bagatelles pour un massacre