Os crimes atribuidos a Tânia Bulhões em São Paulo e os atribuidos a Al Capone, em Chicago, foram de mesma natureza: sonegação fiscal. Al Capone (vendedor de antiguidades) pegou 11 anos de cadeia; a simpática empresária paulista (do ramo de perfumaria e decorações) pegou 04, mas de leves atividades filantrópicas e beneficentes. Terá que prestar serviços junto a uma entidade que assiste a deficientes visuais e já se sabe que irá instruí-los e adestrá-los no métier da perfumaria. Ah, e outra punição, esta mais dura ainda: não poderá ficar em Paris, Londres, Hong Kong ou Cote D'azur etc., por mais de 10 dias sem o consentimento das autoridades brasileiras. Por que 10 dias pode e quinze não pode só mesmo Chico Xavier poderia nos dizer. Que tal? Você aí vendedor de chinelos, funcionariozinho público, catador de latas, sapateiro de fundo de quintal, marceneiro, vendedor de espanadores, você que não pode contratar aquele ex-ministro para ser seu advogado, fique esperto, pois se desviar duzentos reais da Receita ou sonegar uma cesta básica correrá o risco de perder suas tralhas e de mofar numa jaula. E claro que eu não seria indelicado e insensível ao ponto de desejar que as desgraças da lei se abatessem sobre a mademoiselle em questão, se faço esta nota é apenas para relembrar que as coisas transcorrem aí pelos tribunais no mesmo clima, ritmo e frenesi de uma perfumaria e que a justiça aqui nos trópicos – apesar dos deslumbrados - é de um surrealismo interminável.
NB: Alquém que já visitou a tumba de Al Capone lá em Chicago diz que viu esta inscrição na lápide: My Jesus mercy!
NB: Alquém que já visitou a tumba de Al Capone lá em Chicago diz que viu esta inscrição na lápide: My Jesus mercy!
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