Olhando esse povo de perto nem dá para acreditar que ele tenha conseguido construír uma urbe e uma cidade como esta. Apesar da paranóia com o terrorismo Paris é o que existe de mais fascinante na terra, principalmente agora que os “bárbaros” invadiram praticamente tudo. Africanos, asiáticos, sul americanos, latinos em geral, ciganos, árabes, turcos, negros, japoneses, esquimós e o diabo a quatro tomaram Paris e para sempre. Não só mudaram a cor da cidade, mas também obrigaram os franceses a serem menos estupidos e a dançar a vida com mais leveza. A cada passo que se dá por aqui se tem a convicção de que, comparativamente, o Brasil é, em todos os sentidos, uma vila mergulhada no desamparo, na ignorância e no atraso. São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte e outras cidades que os ufanistas não se cansam de incensar, todas juntas, somadas, uma enfiada no rabo da outra e com seus escritores, intelectuais, empresários, políticos, charlatães, misticos, livrarias, bibliotecas, etc não chegam aos pés de um único arrondissement parisiense. Ah, pelo menos mil anos nos separam! Desde o mecanismo de descarga das privadas até às prateleiras de belas artes ou de arqueologia. E o pior, é que precisariamos viver uns quatrocentos anos para ter o sentimento de que se conseguiu vê-la por inteiro...
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