Ouvindo as justificativas, as desculpas, os improvisos, o descaro dos gatunos, as promessas e os laudos fajutos que tentam atribuir nosso atraso, nossa incompetência crônica e a atual desgraceira no Rio de Janeiro às intempéries e aos desvarios da natureza, encaixo aqui algo mais do que insólito –que me foi enviado por um correspondente - acontecido há alguns anos na cidade baiana de Sapeaçú.
Registrando a queixa de uma moça que se dizia deflorada pelo namorado e na ausência de médico na cidade, o delegado pediu um laudo, por escrito, a uma parteira conhecida da região para anexar ao processo.
Eis o laudo proferido pela profissional:
"Eu , Maria Francisca da Conceição, parteira mó do destrito de Jenipapo, estado da Bahia, cidade de Sapê, declaro para o bem do meu ofício que, examinando os baixos fuditórios de Maria das Mercedes, constatei manchas rôxas na altura da críca, que para mim, ou foi supapo de pêia ou cabeçada de pica. É vardade e dou fé."
Isto é que é um laudo, mais é conversa! Depois que Inês é morta, é morta! Laudo para quê? Cuidemos dos vivos e do amanhã pois a situação do Rio é um alerta para todos.
ResponderExcluirEsse laudo da "profissional" é simplesmente hilariante! Denota bem traço sociocultural do sertão nordestino...
ResponderExcluirEste blog é um verdadeiro deleite em termos de tragicomédia, iconoclastia, subversão, escárnio, repulsa à hipocrisia...